O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicou a aliados que pretende oficializar, nos próximos dias, a Indicação De Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). A escolha recai sobre o atual advogado-geral da União, considerado por Lula um dos nomes mais leais e estratégicos de sua gestão. A vaga foi aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso, publicada nesta quarta-feira (15) no Diário Oficial da União.
O conselheiro jurídico mais próximo de Lula
Desde a transição presidencial, Jorge Messias tem sido peça-chave na estrutura do governo. Foi responsável pela elaboração de decretos que reorganizaram a Esplanada dos Ministérios e pela formulação jurídica de medidas prioritárias. Sua atuação firme e técnica consolidou a confiança de Lula, que o enxerga como um aliado indispensável na defesa institucional do Executivo.
A AGU (Advocacia-Geral da União) sob sua gestão tornou-se um dos pilares jurídicos do governo, especialmente na reação a ataques golpistas e na sustentação de políticas públicas contestadas no Judiciário. Messias foi protagonista nas ações que garantiram a responsabilização de participantes dos atos de 8 de janeiro, marcando sua postura combativa em defesa do Estado Democrático de Direito.
“Messias é um dos nomes mais preparados e leais do governo, alguém que compreende a importância da harmonia entre os Poderes sem abrir mão da legalidade”, afirmou um assessor do Palácio do Planalto, sob reserva.
Equilíbrio político e sinal ao campo progressista
A Indicação De Jorge Messias ocorre em um momento de redefinição do perfil do STF, após aposentadorias e mudanças internas que alteraram a correlação de forças na Corte. Lula tem sido cobrado por setores da base e movimentos sociais a priorizar diversidade racial e de gênero nas nomeações. Ainda assim, o presidente considera que Messias reúne dois atributos raros: confiança política e solidez técnica.
Segundo interlocutores do Planalto, Lula avalia que a presença de Messias reforçará a linha jurídica progressista no tribunal, consolidando um eixo de defesa das políticas públicas sociais e do fortalecimento das instituições democráticas.
Essa escolha também é interpretada como um recado ao campo conservador: o governo não abrirá mão de nomear juristas alinhados à Constituição e à agenda de reconstrução democrática.
“Lula quer um Supremo comprometido com o país real, com os direitos e com a Constituição de 1988”, afirmou um aliado próximo.
Sabatina no Senado e impacto no Judiciário
A indicação formal de Jorge Messias ao STF depende agora do envio do nome ao Senado Federal, responsável por sabatina e votação em plenário. O Planalto trabalha para garantir maioria confortável na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a aprovação inicial ocorre.
Caso confirmado, Messias substituirá Luís Roberto Barroso e ampliará a influência do campo progressista na mais alta instância do Judiciário brasileiro. Para analistas políticos, sua nomeação representa uma tentativa de restaurar a confiança entre o STF e o Executivo, abalada em momentos de tensão institucional nos últimos anos.
Além disso, a presença de Messias tende a fortalecer a interpretação constitucional favorável a políticas públicas inclusivas, como a reindustrialização verde, os programas sociais de combate à pobreza e as medidas de proteção ambiental.
