O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou uma estratégia para tentar aliviar a crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos.
A primeira reunião presencial entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, está marcada para esta quinta-feira (16), em Washington, e deve incluir temas econômicos sensíveis.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, o encontro será decisivo para reabrir o diálogo diplomático e buscar a redução de tarifas que chegam a 50% sobre produtos brasileiros.
Concessões estratégicas e áreas de interesse
O Brasil admite concessões em três frentes de interesse direto dos americanos — etanol, minerais críticos e regulação de big techs — como forma de facilitar o diálogo e abrir caminho para a redução de sanções impostas pelos EUA, que incluem suspensão de vistos e punições financeiras a autoridades.
No caso do etanol, o Itamaraty estuda reativar o regime de cotas ou criar incentivos logísticos para que o etanol de milho americano entre por portos do Sudeste. A medida, porém, causa preocupação em produtores do Nordeste, que temem perder competitividade diante do combustível importado.
Parcerias em minerais críticos e inovação tecnológica
A proposta de negociação inclui ainda parcerias em minerais críticos, como lítio, nióbio e terras-raras — insumos essenciais para a transição energética e para setores de alta tecnologia. Em troca, os Estados Unidos poderiam garantir cotas de compra desses produtos brasileiros, fortalecendo a indústria nacional e atraindo investimentos estrangeiros.
“O objetivo é desenvolver cadeias produtivas sustentáveis e consolidar o papel do Brasil na economia verde global”, destacou um diplomata ouvido pela reportagem.
Regulação de big techs entra na pauta
Outro ponto sensível é a regulação das big techs, tema que envolve discussões no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). O governo Lula avalia propor grupos de trabalho conjuntos para tratar de regulação digital, desinformação e tributação de grandes plataformas.
Enquanto isso, aliados do ex-presidente Donald Trump, como o deputado Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo, realizaram reuniões em Washington nesta quarta-feira (15) com autoridades americanas, em um movimento paralelo de articulação política da oposição brasileira.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
                             
		
		
		
		
		
		
		
		