Tudo, menos amor

Eduardo Paes sinaliza aliança com o bolsonarismo: “Por amor ao estado”

Prefeito do Rio acena para aliança com o PL e diz que união com bolsonaristas seria “pelo bem do estado”; gesto ocorre em meio a negociações para o governo fluminense em 2026.

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), acenou neste sábado (25) para uma possível aliança com o PL e o bolsonarismo nas eleições de 2026, afirmando que a união seria “por amor ao estado do Rio de Janeiro”.

A fala ocorreu durante um evento político na Baixada Fluminense, que reuniu lideranças de diversos partidos.

“Não tenho dúvidas de que vamos estar juntos, mas é por um só amor, por amor ao estado do Rio de Janeiro”, declarou Paes ao deputado Altineu Cortes, presidente estadual do PL, durante a festa de filiação do deputado Luciano Vieira ao PSDB, em São João de Meriti.

O gesto reacende as especulações sobre as articulações políticas para o pleito de 2026 e reforça a tentativa de Paes de ampliar sua base de alianças em torno de um projeto estadual.


⚖️ Pressão bolsonarista e alinhamento nacional

Nos bastidores, lideranças do PL vêm condicionando qualquer aliança a um apoio explícito a Jair Bolsonaro ou a um candidato indicado pelo ex-presidente.

O presidente municipal do partido no Rio, Bruno Bonetti, afirmou recentemente que uma aproximação “só seria possível mediante alinhamento nacional”. O próprio Altineu Cortes reforçou que o PL só caminhará com o prefeito se o presidenciável for o mesmo do partido.

Apesar da pressão, Paes busca manter autonomia política e evitar um vínculo direto com o bolsonarismo, defendendo que seu foco é o desenvolvimento do estado e não as disputas ideológicas.


🧭 PSD e o cenário nacional

Internamente, o PSD ainda discute sua posição para a corrida presidencial. O presidente da legenda, Gilberto Kassab, afirmou que, se Tarcísio de Freitas (Republicanos) não disputar o Planalto, o partido apoiará nomes internos como Eduardo Leite (RS) ou Ratinho Júnior (PR), ambos já colocados como pré-candidatos à Presidência.

Paes tenta consolidar-se como o nome do PSD para o governo do Rio, mas sem romper com possíveis alianças regionais que ampliem seu campo de apoio.

“Essa foi uma semana de muitas especulações, mas é preciso deixar claro que a prioridade é o estado”, afirmou o prefeito, reforçando o discurso de que suas decisões políticas serão guiadas “pelo amor ao Rio de Janeiro”.


📊 Contexto político

A movimentação de Paes ocorre em um momento estratégico para o PSD, que tenta equilibrar alianças regionais com a disputa presidencial de 2026.

O Rio de Janeiro — historicamente decisivo nas eleições nacionais — volta a se consolidar como um dos principais palcos de disputa entre o bolsonarismo, o campo progressista e os partidos de centro.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.