Durante o fórum empresarial da Asean, na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o “protecionismo de países ricos” e defendeu uma aliança estratégica entre as nações do Sul Global. Lula ressaltou que o mundo precisa preservar o multilateralismo e rejeitar medidas que restrinjam o comércio internacional, enfatizando a necessidade de cooperação em um cenário global marcado por desigualdades econômicas e crises ambientais.
Protecionismo ameaça crescimento global
O presidente brasileiro destacou que, enquanto países desenvolvidos apostam na competição e na imposição de tarifas, as nações emergentes devem priorizar a cooperação e a parceria econômica. Em tom crítico às políticas comerciais dos Estados Unidos, Lula afirmou que o protecionismo compromete o crescimento econômico e amplia desigualdades sociais.
Segundo especialistas em comércio internacional, essas advertências refletem uma crescente preocupação de líderes do Sul Global com práticas econômicas que limitam o acesso a mercados e dificultam o desenvolvimento de países emergentes. Além disso, medidas protecionistas podem desestabilizar cadeias produtivas e pressionar economias vulneráveis, impactando economia e política internacional.
Sul Global e multilateralismo como estratégia
Lula propôs que as nações emergentes formem alianças mais sólidas, fortalecendo blocos regionais e acordos comerciais que favoreçam a cooperação em vez da competição exacerbada. Essa estratégia, segundo analistas, não apenas fortalece o Sul Global, mas também permite aos países responder de forma coordenada a desafios globais, como crises financeiras, flutuações de preços e instabilidade geopolítica.
Contudo, especialistas alertam que alianças desse tipo exigem planejamento estratégico e compromisso político de longo prazo. “Sem união efetiva, países emergentes continuam vulneráveis a políticas protecionistas e a flutuações de mercados internacionais”, aponta Instituto de Relações Internacionais.
Crise climática e COP30
Em seu discurso, Lula também abordou a crise climática e a importância da COP30, marcada para ocorrer em Belém. O presidente alertou para o risco de colapso do Acordo de Paris, vigente desde 2015, caso compromissos concretos não sejam adotados. Ele enfatizou que o encontro deve gerar novas ideias e políticas efetivas para conter o aquecimento global, que já ultrapassa os limites previstos no pacto internacional.
Segundo o presidente, o combate à mudança climática é inseparável de políticas econômicas e sociais que priorizem sustentabilidade, desenvolvimento inclusivo e justiça ambiental. Em seu discurso, Lula reforçou que medidas isoladas, como tarifas e barreiras comerciais, não resolvem desafios globais e podem agravar desigualdades entre países ricos e pobres.
