O advogado Sergio Bermudes faleceu nesta segunda-feira (27), aos 79 anos, no Rio de Janeiro, vítima de sepsia respiratória agravada por complicações da Covid-19, doença contraída no início da pandemia. Nascido em 1946 em Cachoeiro do Itapemirim (ES), graduou-se em Direito pela Universidade do Estado da Guanabara (hoje UERJ) em 1969 e iniciou sua carreira ainda jovem, tornando-se professor universitário e referência no Direito Processual Civil.
Trajetória destacada e causas marcantes
Em 1969, fundou o escritório Sergio Bermudes Advogados, que se tornou uma das maiores bancas do país, com presença em vários estados e equipe robusta. Bermudes ficou especialmente conhecido por sua defesa de Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, morto sob custódia do regime militar em 1975. A ação judicial patrocinada por Bermudes levou à condenação da União, marco fundamental na luta pelos direitos humanos e na redemocratização brasileira.
Além disso, participou ativamente de ações coletivas importantes, como o processo dos poupadores contra instituições financeiras, relativo à correção das cadernetas de poupança durante os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.
Contribuição acadêmica e reconhecimento
Bermudes exerceu a docência em instituições renomadas, como a Faculdade de Direito da PUC-Rio e a UERJ, onde foi titular. Reconhecido como um dos maiores processualistas do país, seu legado inclui a formação de várias gerações de advogados, além da liderança em importantes litígios empresariais e direitos civis.
Em março de 2025, foi homenageado pela publicação britânica Chambers and Partners, que destacou sua influência no meio jurídico e a excelência na advocacia.
Impacto e legado
A morte de Sergio Bermudes representa uma perda irreparável para a advocacia brasileira e para a luta por justiça e direitos humanos. Sua trajetória é marcada pela coragem e integridade, reafirmando o compromisso com a democracia e o Estado de Direito.


