Parasitismo Sanguinário

Vampirismo da direita: a chacina no Rio como alimento para manter viva a agenda fascista

Direita extrema explora sangue dos oprimidos para avançar politicamente

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Sem perspectiva de anistia para Jair Bolsonaro, a família do ex-presidente e seus aliados da direita radical lançam mão da brutal megaoperação policial no Rio, que deixou 121 mortos, para tentar ressuscitar a narrativa de “lei e ordem” e consolidar seu projeto autoritário.

A violência nas favelas, longe de ser um problema social resolvido, tornou-se palco de um vampirismo político onde vidas são sugadas para alimentar ambições pessoais e discursos fascistas.

Desde o final de outubro de 2025, nomes como Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro utilizam as redes sociais para louvar a chacina, atacar o governo Lula e pintar a suposta “incapacidade” federal como responsável pelo avanço do crime. A retórica é clara: a resposta aos complexos do Alemão e da Penha é a defesa de uma polícia violenta, “sem amarras ideológicas”, que se vale do medo e do extermínio para impor controle. Essa mesma polícia, que carrega consigo um histórico manchado por uma folha corrida de corrupção, violência extrema e até tráfico, mas que é considerada vitima em um discurso estatal que se omite de citar sua ausência no oferecimento de serviços e dignidade para quem mora nas comunidades.

Claudio Castro Chacina - O Cantor do Rio - Jota Camelo
O Cantor do Rio – Jota Camelo

Essa estratégia eleitoral, advertida pelo professor Graham Denyer Willis, da Universidade de Cambridge, e matéria publicada pela BBC, utiliza a “política dos cadáveres” como plataforma política. Para o especialista, o espetáculo protagonizado pelo governador Cláudio Castro foi calculado para preencher o vazio da direita no país, convertendo sangue em votos e medo em poder — um vampirismo que perpetua exclusão, racismo e arbitrariedade.

O discurso oficial celebra apreensões e mortes como sucesso, enquanto movimentos de direitos humanos denunciavam uma chacina e especialistas internacionais manifestavam horror. O direito à vida e à dignidade dos moradores das favelas foi desrespeitado e desvalorizado, transformando pessoas em estatísticas para reforçar narrativas fascistas que negam políticas sociais efetivas.

A verdadeira segurança pública não nasce do sangue derramado, mas da justiça social, da redução das desigualdades, da inclusão e do fortalecimento da cidadania. É preciso romper com esse ciclo perverso onde o medo e o extermínio são mercadorias exploradas pela extrema direita para avançar sua agenda fascista no Brasil.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.