O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), tem reavaliado seus planos políticos após o aumento de popularidade entre eleitores de direita, impulsionado pela megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos.
Segundo informações da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, Castro passou a considerar disputar uma vaga no Senado ou até a Presidência da República em 2026, caso escape do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde responde por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022.
Castro tenta capitalizar operação policial
Antes da chacina, o governador afirmava a aliados que pretendia deixar a vida pública e migrar para o setor privado após o fim do mandato. A repercussão da operação, contudo, o teria recolocado no centro do debate político nacional, especialmente entre eleitores bolsonaristas.
Em conversas reservadas, Castro tem dito que sua popularidade pode arrefecer até fevereiro, com a chegada das festas de fim de ano e do Carnaval. No entanto, acredita que, se o apoio se mantiver até o primeiro trimestre de 2026, surgirão pressões e convites para disputar o Planalto.
“Se a onda continuar até o primeiro trimestre, será hora de recalcular a rota”, disse a interlocutores próximos.
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Cálculo eleitoral e estratégia de imagem
O governador também avalia que o timing da operação policial pode ter sido decisivo para seu desempenho político. Segundo ele, se a ação tivesse ocorrido mais próxima de 2026, o impacto junto ao eleitorado seria ainda maior durante a formação das chapas eleitorais.
A operação, contudo, segue sob forte questionamento de entidades de direitos humanos e da Defensoria Pública, que apontam indícios de execuções e falta de transparência nos números oficiais. O governo fala em “uso proporcional da força” diante de ameaças do Comando Vermelho (CV).
Julgamento no TSE ameaça planos
O maior obstáculo político de Cláudio Castro é o processo que tramita no TSE, em que o governador é acusado de usar a estrutura do governo estadual para beneficiar sua campanha à reeleição em 2022.
Na terça-feira (4), a relatora do caso, ministra Isabel Gallotti, votou pela cassação do mandato. O julgamento, no entanto, foi suspenso após pedido de vista do ministro Antonio Carlos Ferreira, adiando a decisão para 2026.
A aliados, Castro tem dito que confia em novos pedidos de vista que possam prolongar o processo e mantê-lo no cargo até o fim do mandato, o que lhe permitiria construir uma candidatura nacional.
Contexto político
Castro tenta se consolidar como herdeiro político do bolsonarismo no Rio, ao mesmo tempo em que enfrenta críticas por chacinas policiais e acusações de corrupção. Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta restrições judiciais e possível inelegibilidade, o governador tenta ocupar o espaço da direita conservadora em 2026.




