Julgamento de Eduardo Bolsonaro no STF pode viabilizar sua extradição

Deputado está há oito meses vivendo nos Estados Unidos, onde vem atuando contra o Brasil

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Eduardo Bolsonaro - Foto: Reprodução

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir entre os dias 14 e 25 de novembro se recebe ou não a denúncia contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de coagir ministros da Corte.

Caso a denúncia seja aceita, será aberta uma ação penal, e o parlamentar poderá ser condenado a até quatro anos de prisão.

Com o início do processo criminal, o Supremo teria a prerrogativa de pedir a extradição de Eduardo, que está há oito meses nos Estados Unidos, antes mesmo do julgamento final.

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O pedido poderia ser feito não apenas para o cumprimento de eventual pena, mas também para instrução processual — algo que já ocorreu em outros casos recentes sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Cooperação com Trump e precedentes

A eventual extradição dependeria da cooperação do governo Donald Trump, cuja relação com o STF é marcada por tensões diplomáticas, sobretudo após sanções impostas a ministros brasileiros.

Moraes já utilizou esse instrumento em outros processos, como nos pedidos de extradição de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor, e da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que vive na Itália e já possui duas condenações — por perseguir um eleitor armada em 2022 e por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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Possibilidade de prisão preventiva

No caso de Eduardo Bolsonaro, a Polícia Federal também pode solicitar prisão preventiva para garantir o cumprimento imediato de medidas judiciais, caso ele retorne ao Brasil.

Nos bastidores do Supremo, a expectativa é de que a denúncia seja aceita por unanimidade, já que há consenso entre ministros de que a campanha do deputado nos Estados Unidos contra o STF configurou tentativa de intimidação institucional.

Composição e posicionamento

A decisão será tomada pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Moraes, relator do caso, já afirmou que o tribunal “não aceitará coações ou obstruções no exercício de sua missão constitucional”, sinalizando um posicionamento firme da Corte diante dos ataques do parlamentar.

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Defesa tenta arquivamento

Sem advogado particular, Eduardo Bolsonaro é atualmente representado pela Defensoria Pública da União (DPU). O defensor Antônio Ezequiel Inácio Barbosa apresentou defesa prévia pedindo o arquivamento da denúncia, sob o argumento de “atipicidade da conduta”.

Segundo a DPU, as declarações do deputado e sua campanha para que os Estados Unidos sancionassem autoridades brasileiras estariam “inseridas no debate político e no exercício da atividade parlamentar”.

A defesa sustenta ainda que não houve violência ou grave ameaça, elementos necessários para caracterizar o crime de coação. “Criminalizar manifestações políticas sobre temas de interesse nacional viola a liberdade de expressão e o pluralismo político”, conclui o documento.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.