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Emmanuel Macron celebra cultura afro-brasileira em Salvador

Presidente francês participa de jantar no Palácio Rio Branco e se emociona com apresentação de Margareth Menezes e Daniela Mercury.

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Foto: @MargarethMnzs

O presidente da França, Emmanuel Macron, viveu um momento de celebração à cultura afro-brasileira durante sua visita a Salvador, na noite de quarta-feira (5). Em jantar no Palácio Rio Branco, sede do governo da Bahia, as artistas Margareth Menezes e Daniela Mercury surpreenderam o líder francês com uma apresentação espontânea de “Faraó – Divindade do Egito”, clássico do carnaval baiano. O gesto simbolizou o encontro entre diplomacia, arte e resistência cultural no coração da Bahia.


Encontro de culturas e símbolos

O momento, registrado por convidados e amplamente compartilhado nas redes sociais, mostrou Emmanuel Macron aplaudindo e sorrindo ao lado da ministra da Cultura e das artistas. O episódio tornou-se um dos pontos altos da visita do mandatário à capital baiana, parte da Temporada França-Brasil 2025, iniciativa que celebra os laços históricos, culturais e diplomáticos entre os dois países — com destaque para as conexões afro-atlânticas que unem a França, a África e o Brasil.

Durante o dia, Macron foi recebido por Margareth Menezes para um percurso simbólico pelos principais espaços culturais de Salvador, como o Pelourinho, a Galeria Pierre Verger e o Museu de Arte Moderna da Bahia. O presidente também conheceu a Casa do Benin, onde encontrou o artista romeno-benino Roméo Mivekannin, reafirmando a importância do intercâmbio cultural como ferramenta de diálogo entre continentes.

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Bahia como epicentro da diplomacia cultural

O jantar no Palácio Rio Branco reuniu autoridades, intelectuais e artistas, reforçando o papel da Bahia como o território brasileiro que melhor expressa a herança africana e sua influência sobre a identidade nacional. A ausência da primeira-dama francesa, Brigitte Macron, foi notada, mas não diminuiu o peso simbólico da noite, marcada pela espontaneidade e pela força da cultura baiana.

Para Margareth Menezes, a presença do líder europeu em um dos berços da resistência negra é um gesto político e simbólico de reconhecimento.


Macron, Lula e a pauta climática

Após o evento em Salvador, Emmanuel Macron seguiu para Belém (PA), onde participa da Cúpula dos Líderes, etapa preparatória da COP30, e se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A agenda inclui discussões sobre a preservação da Amazônia, acordos de cooperação ambiental e investimentos em tecnologia verde — temas centrais na relação entre Brasil e França.

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De Belém, o presidente francês deve viajar ao México, encerrando seu giro latino-americano. A visita reforça a estratégia de reposicionar a França como uma aliada das nações do Sul Global, em especial da América Latina, diante dos desafios climáticos e geopolíticos.


Significado político e cultural

A presença de Emmanuel Macron em Salvador transcende o protocolo diplomático: é um gesto de aproximação com a diversidade cultural brasileira e um reconhecimento da centralidade da cultura afro-brasileira no diálogo internacional. A Temporada França-Brasil 2025 pretende transformar essa conexão em política de Estado, fortalecendo intercâmbios em educação, arte e sustentabilidade.

A visita também ecoa em um momento em que o governo brasileiro busca consolidar sua imagem de liderança progressista global. Enquanto Lula articula compromissos climáticos e alianças estratégicas, Macron tenta se reposicionar como mediador entre o Norte e o Sul — uma convergência que reforça o papel da diplomacia cultural como instrumento político e de resistência simbólica.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.