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Efeito Lula: Brasil tem superávit de US$ 7 bi apesar do tarifaço de Trump

Comércio exterior reage e fecha outubro de 2025 com crescimento de 70% no saldo positivo, impulsionado por exportações à China

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Donald Trump e Lula - Foto: Ricardo Stuckert

O Brasil registrou um superávit comercial de US$ 6,96 bilhões em outubro de 2025, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Mesmo com o impacto do tarifaço de Donald Trump, o país teve alta de 70,2% em relação a outubro de 2024, consolidando o segundo melhor resultado histórico para o mês.


Superávit histórico reflete fortalecimento das exportações brasileiras

As exportações totalizaram US$ 31,97 bilhões, alta de 9,1% na comparação anual, enquanto as importações caíram 0,8%, somando US$ 25,01 bilhões. O volume total de comércio — US$ 57 bilhões — representa crescimento de 4,5% frente a 2024 e demonstra a resiliência do setor externo brasileiro mesmo em um cenário global adverso.

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De acordo com o Mdic, este é o segundo melhor resultado da série histórica para meses de outubro desde 1989, ficando atrás apenas de 2023. O desempenho confirma o chamado “Efeito Lula”, termo usado por economistas para descrever a combinação de política comercial ativa, diversificação de mercados e recuperação industrial promovidas durante o atual governo.


Tarifaço dos EUA reduz vendas, mas China impulsiona saldo

A queda de 37,9% nas exportações para os Estados Unidos, após o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump em agosto, foi o principal fator de pressão negativa. As vendas ao mercado norte-americano somaram apenas US$ 2,21 bilhões, enquanto as importações vindas dos EUA chegaram a US$ 3,97 bilhões.

Entretanto, o impacto foi amplamente compensado pelo aumento das exportações para outros parceiros. A China registrou crescimento expressivo de 33,4%, atingindo US$ 14,3 bilhões, impulsionada por soja e minério de ferro. Também houve avanços para Europa (+7,6%), Mercosul (+14,3%) e Índia (+2,3%) — resultado direto de políticas de diversificação comercial e diplomacia econômica ativa.

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Setores e produtos em destaque

No acumulado de janeiro a outubro, o superávit chegou a US$ 52,39 bilhões, uma queda de 16,6% frente ao mesmo período de 2024. Ainda assim, o saldo continua sendo o quarto maior da série histórica, confirmando a sustentação da balança comercial.

  • Agropecuária: +24% nas exportações, impulsionada por alta de 15,9% no volume e 4,4% nos preços.
  • Indústria extrativa: +22%, com crescimento de 20,1% no volume exportado.
  • Indústria de transformação: leve alta de 0,7%, com aumento de 5,5% no volume e queda de 3,5% nos preços.

Produtos com maior contribuição:

ProdutoCrescimento (%)
Soja+42,7%
Minério de ferro+29,5%
Cobre+198,5%
Petróleo bruto+9%
Café não torrado+16%
Carne bovina+40,9%
Ouro não monetário+71,7%
Máquinas e equipamentos especializados+87,2%

Esses resultados consolidam o agronegócio e a indústria extrativa como pilares da pauta exportadora brasileira, refletindo o impacto positivo da política de reindustrialização verde e dos acordos bilaterais de comércio.

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Projeções e cenário para 2025

O Mdic revisou a projeção de superávit para US$ 60,9 bilhões em 2025, com exportações estimadas em US$ 344,9 bilhões e importações em US$ 284 bilhões. A revisão trimestral ainda não incorporou integralmente os efeitos do tarifaço dos EUA, mas técnicos do governo destacam que o Brasil mantém diversificação geográfica e setorial como estratégia de mitigação de riscos.

A política comercial adotada pelo governo Lula prioriza a ampliação de parcerias com China, Mercosul e Índia, além de avanços nas negociações com a União Europeia. Essa estratégia tem contribuído para reduzir a dependência dos EUA, fortalecer cadeias produtivas locais e sustentar o crescimento econômico com inclusão social.

O resultado de outubro reafirma o posicionamento do Brasil como potência exportadora e ator estratégico no comércio global, mesmo diante de tensões comerciais internacionais e protecionismo crescente.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.