O patrimônio de aposentados e pensionistas do Rio de Janeiro foi colocado em risco iminente com a liquidação do Banco Master pelo Banco Central nesta terça-feira (18). Em resposta direta à crise, o Ministério Público Federal (MPF) foi acionado pelo deputado estadual Flávio Serafini (Psol) para abrir uma investigação criminal e financeira contra a gestão do Rioprevidência.
A representação aponta indícios de irregularidades graves e de gestão temerária sob o governo Claudio Castro, especificamente por alocar recursos previdenciários de forma imprudente e concentrada.
Violação de Normas e Alerta Ignorado
Serafini detalhou que o Rioprevidência investiu vultosos montantes em produtos financeiros recém-lançados do Banco Master, expondo o fundo a um nível considerado inseguro: em algumas ocasiões, a exposição ultrapassou 25% do total de recursos aplicados. Essa prática viola as normas de segurança e prudência que regem os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS).
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia emitido alertas desde maio, chegando a proibir novos investimentos em produtos ligados ao Master após identificar um risco sistêmico. A liquidação do banco, segundo o deputado, transforma o risco sinalizado em prejuízo potencial imediato para os beneficiários do estado.
Pedidos de Bloqueio e Combate a Crimes
Diante da ameaça de perdas irreparáveis, Serafini exige que o MPF instaure imediatamente um inquérito para apurar crimes como peculato, desvio, lavagem de dinheiro, corrupção, prevaricação e crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
O pedido inclui medidas urgentes, como a perícia financeira independente, requisições de informações à CVM e ao Banco Central, e, principalmente, o bloqueio cautelar de bens dos envolvidos. “Cada dia sem investigação aumenta a possibilidade de perdas irreparáveis”, alerta o parlamentar, enfatizando a necessidade de interromper práticas que colocam em perigo a segurança do patrimônio previdenciário fluminense.

