O fundo florestal ganhou novo impulso com o aporte de 1 bilhão de euros da Alemanha, anunciado pela ministra Marina Silva em 19 de novembro de 2025, dias após a repercussão negativa das declarações do chanceler alemão Friedrich Merz sobre Belém, sede da COP30. Este investimento posiciona a Alemanha como o segundo maior financiador do programa, crucial para a preservação das florestas tropicais em um cenário político marcado por críticas e tensões internacionais.
Alemanha reforça fundo florestal em meio a um cenário diplomático tenso
O investimento da Alemanha no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), equivalente a 1,15 bilhão de dólares, foi oficializado pela ministra Marina Silva durante a COP30, confirmando o país como um ator chave no financiamento ambiental global. Este aporte constitui uma resposta concreta diante das recentes controvérsias causadas pelas declarações do chanceler Friedrich Merz sobre Belém, cidade anfitriã da conferência.
Com essa injeção, o TFFF acumula cerca de 6,7 bilhões de dólares, aproximando-se da meta ambiciosa de 10 bilhões para o primeiro ano de vigência. O fundo, que busca financiar a conservação das florestas tropicais, conta além da Alemanha com contribuições significativas da Noruega (3 bilhões de dólares), Brasil e Indonésia (1 bilhão cada), França (500 milhões de euros), além de aportes menores da Holanda e Portugal.
Segundo Marina Silva, o reforço financeiro “começa a dar as respostas” esperadas para sustentar a estrutura do TFFF, evidenciando confiança na parceria multilateral para enfrentar os desafios da crise climática.
Pontos-chave:
- Alemanha investe 1 bilhão de euros no TFFF.
- Fundo soma 6,7 bilhões de dólares, rumo à meta de 10 bilhões.
- Aportes também vêm de Noruega, Brasil, Indonésia, França, Holanda e Portugal.
- Polêmica diplomática recente envolvendo chanceler alemão Friedrich Merz.
Vídeo sugerido para inserir no meio do texto: vídeo da cobertura oficial do Diário Carioca da COP30, destacando a presença de Marina Silva e o anúncio do investimento alemão.
Polêmica de Merz e impacto na diplomacia ambiental
A fala do chanceler Friedrich Merz no Congresso Alemão do Comércio, que afirmou que jornalistas estavam “contentes” por sair de Belém, gerou uma avalanche de críticas tanto no Parlamento alemão quanto no Brasil. No Bundestag, parlamentares do Grupo Teuto-Brasileiro qualificaram a declaração como uma demonstração clara de “arrogância ocidental”.
No Brasil, a reação foi imediata e contundente. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), qualificou o comentário de “preconceituoso”, ressaltando a responsabilidade histórica dos países europeus na crise climática. O prefeito da capital paraense, Igor Normando (MDB), reafirmou o calor humano e acolhimento da cidade, contrapondo a fala do chanceler.
Parlamentares progressistas, como Duda Salabert (PDT-MG) e Randolfe Rodrigues (PT-AM), denunciaram o tom desrespeitoso e as contradições evidentes entre o discurso europeu sobre meio ambiente e sua contribuição para o aquecimento global.
Numa tentativa de mitigar o desgaste diplomático, o governo alemão emitiu nota de retratação, na terça-feira (18), reafirmando o “grande respeito” pela organização da COP30 em Belém e elogiando a “natureza impressionante” da Amazônia.
Lula reage e reforça protagonismo de Belém
No plenário da COP30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou a estrutura montada no Pará para receber o evento, ressaltando que a conferência colocou Belém em posição de destaque no cenário internacional. Com um tom incisivo e irônico, Lula mencionou a capital alemã: “Hoje tenho certeza que Berlim conhece Belém”. Sua fala reverberou como uma resposta firme ao episódio envolvendo o chanceler alemão, reforçando a importância estratégica e simbólica do Brasil no combate às mudanças climáticas.

