O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou, nesta quinta-feira (20), Jorge Messias, advogado-geral da União, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.
A nomeação foi formalizada durante reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília, consolidando Messias como o favorito do presidente desde as primeiras tratativas internas do governo.
Um elemento chave para a compreensão do cenário foi a comunicação feita por Lula, na segunda-feira, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, informando que ele não seria escolhido para a cadeira no Supremo. O presidente explicou que necessita de Pacheco como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, atribuindo maior relevância política a esse pleito estadual em detrimento do cargo no STF. Ainda assim, Lula reconheceu a influência de Pacheco junto aos senadores, que o preferem como indicado.
Apesar das resistências esperadas no Senado, que detém o poder de aprovar a indicação, Lula manteve postura firme, assegurando que a prerrogativa é exclusiva do Executivo e não está sujeita a negociações. Internamente, Messias é visto como o principal assessor jurídico do governo, ampliando seu papel e autoridade que antes estavam com o ex-ministro da Justiça e atual ministro do Supremo, Flávio Dino.
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Desde o início da transição presidencial, Messias coordenou a reorganização jurídica da Esplanada dos Ministérios e consolidou-se como voz influente emanando diretamente de Lula. Sua atuação contundente em defesa da instituição do STF, especialmente no combate a propostas legislativas que beneficiariam os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, destacou-se como fator decisivo para sua escolha.
Além do contexto institucional, Messias desempenha papel estratégico junto ao segmento evangélico, exercendo liderança como diácono em Brasília, o que reforça sua influência política e social. Ele também enfrentou sanções financeiras dos Estados Unidos aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes durante a administração Trump, evidenciando sua experiência na diplomacia jurídica.
Com a aprovação, Jorge Messias será somente o terceiro ministro evangélico a compor o STF em seus 134 anos de existência, uma marca significativa dentro da composição histórica da corte. A indicação evidencia a estratégia de Lula em privilegiar indicações baseadas na confiança pessoal e trajetória institucional, mesmo enfrentando críticas e pressões no Congresso.
- Nome indicado: Jorge Messias
- Cargo atual: Advogado-Geral da União
- Vaga: Substituição de Luís Roberto Barroso no STF
- Resistencia: Senadores influentes preferem Rodrigo Pacheco
- Decisão: Exclusiva do Executivo, sem negociação
- Papel político: Forte interlocução com o presidente Lula e segmento evangélico
- Impacto histórico: Terceiro ministro evangélico no STF




