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“Justiça decidiu, está decidido”: Lula reage à prisão de Bolsonaro

Após a Cúpula do G20 na África do Sul, o presidente destacou o julgamento do STF, a presunção de inocência e a necessidade de cumprir a decisão que levou o ex-presidente à prisão preventiva.

Vanessa Neves
Vanessa Neves
Vanessa Neves é Jornalista, editora e analista de mídias sociais do Diário Carioca. Criadora de conteúdo, editora de imagens e editora de política.
O presidente Lula (PT) em encontro com a imprensa na África do Sul – Reprodução/YouTube

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo, 23 de novembro de 2025, que “todo mundo sabe o que Jair Bolsonaro fez”, ao comentar a prisão preventiva do ex-presidente ordenada pelo Ministro Alexandre de Moraes.

Ele declarou que não opina sobre decisões da Suprema Corte e reforçou que o processo seguiu o rito legal após dois anos e meio de investigação, delações e julgamento, consolidando o cumprimento estrito das normas constitucionais.

Dados do Caso:

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  • Data da prisão preventiva: 22/11/2025
  • Motivos apontados pelo STF: risco de fuga e ameaça à ordem pública
  • Local de custódia: Superintendência da Polícia Federal em Brasília
  • Base do processo: delações, apurações técnicas e decisão unânime de cumprimento imediato

Durante a entrevista concedida após a Cúpula do G20 em Joanesburgo, Lula reiterou que o ex-presidente usufruiu plenamente da presunção de inocência até o julgamento final. Ele destacou que as instituições atuaram conforme o devido processo legal e que a determinação do STF é definitiva: “A Justiça tomou uma decisão. Ele foi julgado. Ele teve todo o direito à presunção de inocência. Então, a Justiça decidiu. Está decidido”.

A reafirmação da autoridade institucional

A fala do presidente ocorre em um momento decisivo para a saúde democrática brasileira. A prisão preventiva de Bolsonaro representa não apenas o desfecho jurídico de um caso complexo, mas também a tentativa de restaurar o pacto institucional fraturado durante anos de ataques ao sistema eleitoral e às forças da ordem. A posição de Lula reforça o discurso de que a estabilidade cívica depende da confiança nas instituições e da clareza do processo judicial.

A repercussão internacional e a resposta ao comentário de Donald Trump

Questionado sobre a declaração do Presidente Donald Trump, que chamou a prisão de “uma pena”, Lula descartou qualquer interferência externa. Ele afirmou que o comentário “não tem nada a ver” com o caso brasileiro e lembrou que o país é soberano em suas decisões judiciais. A posição reafirma a autonomia constitucional e reduz o risco de narrativas internacionais contaminarem o processo nacional.

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Bolsonaro, custódia e o impacto político imediato

Bolsonaro está recolhido na Superintendência da PF e deve participar de audiência de custódia ainda neste domingo. A decisão de Moraes aponta risco concreto de saída irregular do país e possível obstrução de investigações, justificando a medida extrema. O episódio consolida a ruptura entre o ex-presidente e o sistema jurídico, pressionando aliados e redes de apoio a reavaliarem suas estratégias.

O Cenário

A postura de Lula aponta para uma agenda de reconstrução institucional que exige distanciamento de crises políticas e reafirmação de regras democráticas. O caso pressiona o Brasil a aprofundar mecanismos de responsabilização e, ao mesmo tempo, fortalecer a diplomacia com os EUA e parceiros do G20. A narrativa de soberania pode ganhar papel central na reconfiguração do ambiente geopolítico do país.

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Vanessa Neves é Jornalista, editora e analista de mídias sociais do Diário Carioca. Criadora de conteúdo, editora de imagens e editora de política.