O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo, 23 de novembro de 2025, que “todo mundo sabe o que Jair Bolsonaro fez”, ao comentar a prisão preventiva do ex-presidente ordenada pelo Ministro Alexandre de Moraes.
Ele declarou que não opina sobre decisões da Suprema Corte e reforçou que o processo seguiu o rito legal após dois anos e meio de investigação, delações e julgamento, consolidando o cumprimento estrito das normas constitucionais.
Dados do Caso:
- Data da prisão preventiva: 22/11/2025
- Motivos apontados pelo STF: risco de fuga e ameaça à ordem pública
- Local de custódia: Superintendência da Polícia Federal em Brasília
- Base do processo: delações, apurações técnicas e decisão unânime de cumprimento imediato
Durante a entrevista concedida após a Cúpula do G20 em Joanesburgo, Lula reiterou que o ex-presidente usufruiu plenamente da presunção de inocência até o julgamento final. Ele destacou que as instituições atuaram conforme o devido processo legal e que a determinação do STF é definitiva: “A Justiça tomou uma decisão. Ele foi julgado. Ele teve todo o direito à presunção de inocência. Então, a Justiça decidiu. Está decidido”.
A reafirmação da autoridade institucional
A fala do presidente ocorre em um momento decisivo para a saúde democrática brasileira. A prisão preventiva de Bolsonaro representa não apenas o desfecho jurídico de um caso complexo, mas também a tentativa de restaurar o pacto institucional fraturado durante anos de ataques ao sistema eleitoral e às forças da ordem. A posição de Lula reforça o discurso de que a estabilidade cívica depende da confiança nas instituições e da clareza do processo judicial.
A repercussão internacional e a resposta ao comentário de Donald Trump
Questionado sobre a declaração do Presidente Donald Trump, que chamou a prisão de “uma pena”, Lula descartou qualquer interferência externa. Ele afirmou que o comentário “não tem nada a ver” com o caso brasileiro e lembrou que o país é soberano em suas decisões judiciais. A posição reafirma a autonomia constitucional e reduz o risco de narrativas internacionais contaminarem o processo nacional.
Bolsonaro, custódia e o impacto político imediato
Bolsonaro está recolhido na Superintendência da PF e deve participar de audiência de custódia ainda neste domingo. A decisão de Moraes aponta risco concreto de saída irregular do país e possível obstrução de investigações, justificando a medida extrema. O episódio consolida a ruptura entre o ex-presidente e o sistema jurídico, pressionando aliados e redes de apoio a reavaliarem suas estratégias.
O Cenário
A postura de Lula aponta para uma agenda de reconstrução institucional que exige distanciamento de crises políticas e reafirmação de regras democráticas. O caso pressiona o Brasil a aprofundar mecanismos de responsabilização e, ao mesmo tempo, fortalecer a diplomacia com os EUA e parceiros do G20. A narrativa de soberania pode ganhar papel central na reconfiguração do ambiente geopolítico do país.
