O Plenário do Senado Federal deve votar nesta terça-feira (25/11/2025) o PLP nº 185/24, um projeto de lei considerado uma “pauta-bomba” com impacto orçamentário estimado em bilhões de reais.
A inclusão da matéria, que estabelece a aposentadoria diferenciada para agentes comunitários de saúde e de combate a endemias, é interpretada como um claro movimento de retaliação do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
💔 Indicação ao STF Gera Tensão e Custo Bilionário
A escalada da tensão ocorreu após o anúncio da escolha de Jorge Messias (Advogado-Geral da União) para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão de Lula desagradou Alcolumbre, que pleiteava a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A inclusão imediata do PLP nº 185/24, de autoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), é vista como um recado direto de Alcolumbre ao Executivo.
O projeto estabelece regras de aposentadoria significativamente mais brandas: exige apenas 20 anos de efetivo exercício para que homens possam se aposentar com 52 anos e mulheres com 50 anos.
📉 Apelo da Fazenda Contra o Desequilíbrio Fiscal
O alerta acendeu imediatamente no Ministério da Fazenda. O secretário-executivo, Dario Durigan, fez um apelo público e veemente para que o Congresso não aprove o projeto:
“Eu faço aqui um apelo. Esse projeto de lei de agentes comunitários de saúde tem um impacto muito grande aos cofres públicos, ele é muito ruim do ponto de vista da economia. Ele não deveria ser aprovado em um contexto diferente de uma grande discussão, em que a gente tenha contas na mesa e avalie o impacto.”
Enquanto o relator da matéria na Câmara estimou um impacto total de R$ 5,5 bilhões até 2030 (menos de R$ 1 bilhão ao ano), o receio do Ministério da Fazenda é que o custo real seja muito maior, desequilibrando as contas públicas e sabotando a política econômica do governo. O Executivo teme que disputas pessoais no Congresso coloquem em risco a responsabilidade fiscal.



