quinta-feira, 27/11/25 - 14:19:34
24.2 C
Rio de Janeiro
InícioPolíticaMesmo foragido, Ramagem “abastece” no Rio e tenta cobrar a conta de...
Há quem defenda

Mesmo foragido, Ramagem “abastece” no Rio e tenta cobrar a conta de você

Publicado em

Atualizado em 27/11/2025 11:32

Um foragido que segue abastecendo no Rio

O ex-diretor da Abin e deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado por participação em trama antidemocrática e foragido nos Estados Unidos, continuou pedindo reembolso de combustível à Câmara dos Deputados — mesmo após, segundo a Polícia Federal, ter deixado o Brasil no início de setembro.

As notas somam R$ 4,7 mil e foram todas emitidas em seu CPF, registradas no Rio de Janeiro, enquanto Ramagem votava remotamente em Brasília e já circulava no exterior. A legislação é clara: apenas abastecimentos feitos pelo próprio parlamentar podem ser reembolsados. O restante é irregularidade — ou eufemismo para desvio.

- Advertisement -

O duplo corpo do parlamentar: ausente no Brasil, presente na bomba de gasolina

De acordo com o O Globo, o gabinete entregou notas emitidas entre setembro e outubro. Incluiu, inclusive, abastecimento do dia da votação da PEC da Blindagem, quando Ramagem pressionou para manter o texto que dificultaria investigações contra parlamentares — ironia que dispensa comentários.

Nota de abastecimento apresentada por Ramagem, com seu CPF, aponta abastecimento em posto de gasolina no Rio durante votação da PEC da Blindagem — Foto: Reprodução
Nota de abastecimento apresentada por Ramagem, com seu CPF, aponta abastecimento em posto de gasolina no Rio durante votação da PEC da Blindagem — Foto: Reprodução

Em 16 de setembro, às 17h, uma bomba da Barra da Tijuca registrava abastecimento de R$ 250 em seu nome. Horas depois, ele votava contra requerimentos do PSOL. A PF afirma: Ramagem estava fora do país desde 9 ou 10 de setembro.

- Advertisement -

A retórica de autoproteção

Dois dias depois, já no exterior, ele admitiu à rádio Auriverde que a PEC poderia “proteger” integrantes do Centrão — e “a direita acusada de crime de opinião”. O discurso, embalado pela fuga, revela a dramaturgia típica do bolsonarismo: vitimização, distorção e negação da realidade.

Outubro repete o roteiro

Em 14 de outubro, Ramagem votava emenda de Chris Tonietto (PL-RJ) sobre “vida desde a gestação”, enquanto outro abastecimento era registrado no Recreio dos Bandeirantes.

No dia 22, às 18h, votou pela criação da chamada “bancada cristã”; no mesmo horário, mais gasolina na Barra da Tijuca — e mais pedido de reembolso.

A análise jurídica e o risco de punição

A advogada Izabelle Paes Omena de Oliveira Lima afirma: se o combustível não foi usado pelo parlamentar, a Câmara pode glosar as despesas. E, se houver dolo ou fraude, o caso chega ao Conselho de Ética.

Ramagem participava remotamente desde 9 de setembro, amparado por atestados médicos. Porém, a Mesa Diretora confirmou que ele nunca pediu autorização para exercer o mandato no exterior — mais um capítulo da confusão planejada.

Condenação, perda de mandato e o adeus administrativo

Na terça-feira (26), ao declarar o trânsito em julgado da condenação pela trama golpista, o ministro Alexandre de Moraes determinou a perda do mandato.

Os últimos registros de presença de Ramagem em Brasília datam de 9 de setembro, durante instalação da comissão da PEC da Segurança Pública, quando atacou o governo Lula com a retórica desgastada do bolsonarismo: acusou “benevolência com criminosos” — enquanto ele próprio fugia do país.

Naquele mesmo dia, pediu seu último reembolso em Brasília. Depois disso, em outubro, seu gabinete alugou um Corolla blindado por R$ 4,9 mil, mantido no Rio enquanto Ramagem já vivia sua vida de fugitivo no exterior.

Parimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino online

Relacionadas

Fux derrapa ao usar expressão “Passado Negro” em julgamento sobre racismo

Ministro Luiz Fux vota pelo "estado de coisas inconstitucional" frente ao racismo estrutural, mas precisa corrigir o próprio vocabulário, reiterando a persistência do problema até no Judiciário.

Ex-marido de Luiza Possi detona choro “lobotomizado” da cantora após prisão de Bolsonaro

Pedro Neschling e Maria Gadú reagem à publicação de Luiza Possi, que associou o desfecho do ex-presidente à falta de liberdade, expondo as fissuras ideológicas e familiares na cultura brasileira.

O Próximo Front de Lula: Após IR, Governo mira fim da escala 6×1

Em discurso, presidente anuncia intenção de modernizar a CLT de 1943 e questiona o privilégio fiscal de dividendos em detrimento do lucro do trabalhador.

Lula diz que prisão de Bolsonaro e generais é lição histórica de maturidade da democracia brasileira

Após trânsito em julgado das condenações, presidente exalta atuação do STF e sublinha: "Primeira vez em 500 anos que alguém é preso por tentativa de golpe"

STF envia ao STM decisão do caso do golpe e processo sobre perda de patente de Bolsonaro e militares avança

STM inicia fase administrativa após o fim da ação penal no STF e pode decidir, em 2026, se Bolsonaro e outros quatro oficiais condenados por tentativa de golpe perderão suas patentes.

Últimas Notícias

Fux derrapa ao usar expressão “Passado Negro” em julgamento sobre racismo

Ministro Luiz Fux vota pelo "estado de coisas inconstitucional" frente ao racismo estrutural, mas precisa corrigir o próprio vocabulário, reiterando a persistência do problema até no Judiciário.

Operação contra o traficante evangélico Peixão paralisa a Avenida Brasil

Intenso tiroteio na Operação Barricada Zero fecha a principal via expressa carioca e impacta sistema de trens. O custo da falha estatal e da violência armada segue cobrado da população.

Ex-marido de Luiza Possi detona choro “lobotomizado” da cantora após prisão de Bolsonaro

Pedro Neschling e Maria Gadú reagem à publicação de Luiza Possi, que associou o desfecho do ex-presidente à falta de liberdade, expondo as fissuras ideológicas e familiares na cultura brasileira.

O Próximo Front de Lula: Após IR, Governo mira fim da escala 6×1

Em discurso, presidente anuncia intenção de modernizar a CLT de 1943 e questiona o privilégio fiscal de dividendos em detrimento do lucro do trabalhador.

Mais Notícias

Recomendadas