A Justiça brasileira, sem hesitar, demonstrou ao mundo sua força e a maturidade institucional do país ao concluir o julgamento do núcleo golpista e determinar a prisão de Jair Bolsonaro e dos generais envolvidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cravou que o ineditismo das detenções serve como uma “lição de democracia” global.
O Ineditismo das Prisões e a Força do STF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a “lição de democracia” que o Brasil ofereceu ao mundo. A declaração ocorreu na quarta-feira, 26 de novembro, durante cerimônia de sanção do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda no Palácio do Planalto.
Lula celebrou a atuação da Justiça após o Supremo Tribunal Federal (STF) finalizar o julgamento do epicentro da tentativa de golpe. O presidente não poupou elogios ao Judiciário, que “não se amedrontou com as ameaças de fora”.
“Sem nenhum alarde, a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora e fez um julgamento primoroso”, declarou o presidente.
O presidente Lula destacou a maturidade institucional do país. Ele afirmou que o Brasil demonstrou estar “maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude”. As acusações contra Bolsonaro e a cúpula militar golpista não partiram de adversários. O petista classificou os réus como parte da “quadrilha que tentou dar um golpe nesse país”.
Um Marco Histórico Contra o Golpismo
O momento, reforçou Lula, é inédito e marca uma virada histórica.
“Primeira vez na história do país, pela primeira vez em 500 anos, você tem alguém preso por tentativa de golpe, você tem um presidente, um ex-presidente da República e você tem quatro generais de quatro estrelas presos numa demonstração de que democracia vale para todos”, disse.
A democracia, enfatizou o presidente, não é um “privilégio de ninguém”. É um direito inalienável dos 215 milhões de brasileiros. Esta foi a primeira manifestação pública de Lula após o STF declarar, na terça-feira, o trânsito em julgado das condenações.
A decisão do STF encerra o processo, impedindo novos recursos. Isso autoriza a execução imediata das penas. Em paralelo, o ministro Alexandre de Moraes rechaçou manobras protelatórias. Ele determinou a prisão definitiva dos condenados.
A Lista dos Condenados e as Penas Determinadas
Jair Bolsonaro já estava custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. No entanto, Moraes ordenou a prisão de outros nomes cruciais na articulação golpista.
A ordem de prisão incluiu:
- Alexandre Ramagem: 16 anos, 1 mês e 15 dias em regime fechado.
- Anderson Torres: 24 anos em regime fechado, detido na terça-feira.
- Augusto Heleno: Detido na terça-feira.
- Almir Garnier.
- Paulo Sérgio Nogueira.
- Braga Netto: Já estava detido.
O ex-presidente Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma a 27 anos e 3 meses de prisão. A Justiça o considerou líder de uma organização criminosa que objetivava impedir a posse de Lula e subverter o Estado democrático de Direito. O STF confirmou a participação de Bolsonaro na elaboração e execução do plano. Esse plano envolveu militares de alta patente e cúmplices políticos.
O presidente Lula reiterou que a democracia exige vigilância permanente. O país não pode se curvar a “ameaças golpistas”. A atuação independente da Justiça serve de marco simbólico para barrar futuras investidas autoritárias.
A Urgência da Vigilância Democrática
O desfecho do julgamento reforça um princípio inegociável. Ninguém está acima da lei. O combate ao bolsonarismo e ao autoritarismo é uma questão de higiene institucional. O Brasil finalmente inaugura uma era onde a violência política e as tentativas de golpe resultam em sanções penais imediatas.




