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Sean Penn e Julia Roberts promovem exibição de “MANAS” em Los Angeles e reforçam campanha do filme para o Oscar

Um dos seis filmes cotados para representar o Brasil na disputa de uma vaga entre os indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2026, “MANAS”, de Marianna Brennand, vem abrindo portas no mercado norte-americano com o apoio de aliados de peso. Neste sábado (13/9)Sean Penn, produtor executivo do longa, e a atriz Julia Roberts promoveram uma exibição especial do filme em Los Angeles, na Ross House, residência do casal John e Nancy Ross — renomados editores e mixadores de som de Hollywood, conhecidos por sediar, todos os anos, dezenas de sessões privadas de filmes de grande relevância para membros votantes da Academia e profissionais influentes da indústria cinematográfica.

O evento reuniu diversas personalidades de Hollywood, incluindo membros votantes da Academia e importantes profissionais da indústria cinematográfica do país. A sessão do filme foi seguida de um debate com Marianna e a atriz Dira Paes, mediado por Stacy Wilson Hunt, do Hollywood Reporter.

Roberts deu o tom da noite ao dizer ao público:

“Estou tão empolgada com o que está prestes a acontecer com todos nesta sala, porque aconteceu comigo e vai mudar vocês. Este filme faz você acreditar na vida de uma forma tão triste e bela e mágica.”

Seguindo esse sentimento, Penn refletiu sobre a primeira vez que encontrou Brennand, recordando:

“No Festival de Cannes deste ano, houve um jantar da Kering, e uma mulher subiu ao palco para receber o Prêmio de Talento Emergente. Ela fez um discurso, e a autenticidade dessa pessoa tinha o tipo de força que só poderia resultar em um grande filme.”

Brennand, emocionada com as palavras e o apoio, expressou sua gratidão aos anfitriões:

“Obrigada, Sean, por reconhecer a enorme força desta história e por usar sua voz para ecoá-la. E Julia, querida mana, obrigada por nos fortalecer com a sua presença aqui hoje. Vocês dois amplificam imensamente nossas vozes.”

Pouco depois de se associar ao projeto, Penn convidou Brennand a levar o longa a Los Angeles, com o objetivo de reforçar a sua campanha internacional. Desde a última quarta-feira (10) o astro vem promovendo encontros estratégicos e oportunidades para a diretora apresentar pessoalmente o filme a profissionais-chave do mercado audiovisual norte-americano.

Manas” conta ainda com a produção executiva de Walter Salles e dos irmãos Dardenne, e recentemente recebeu o endosso de François-Henri Pinault, ex-CEO e atualmente presidente do conselho do grupo francês Kering – multinacional proprietária de marcas como GucciBottega VenetaSaint Laurent e Balenciaga. O empresário também é acionista majoritário da Creative Artists Agency (CAA), a maior agência de talentos do mundo, que representa nomes como Sean PennJulia RobertsSalma HayekGeorge ClooneyCate Blanchett e Brad Pitt.

Primeiro longa de ficção da diretora Marianna Brennand, “Manas estreou nos cinemas brasileiros em 15 de maio. O filme já conquistou 28 prêmios desde sua première mundial no Festival de Veneza, em agosto do ano passado. Na cidade italiana, foi agraciado com o Directors Award, a principal honraria da Giornate degli Autori. Entre os reconhecimentos de destaque, a cineasta também recebeu o prestigiado Women In Motion Emerging Talent Award 2025, iniciativa da Kering em parceria com o Festival de CannesManas foi o único filme a ser premiado tanto em Veneza quanto em Cannes na temporada 24-25.

O filme terá distribuição nos Estados Unidos pela KimStim, que lançará o longa em cinemas de aproximadamente 20 cidades, incluindo o icônico Film Forum de Nova Iorque, em data a ser anunciada em breve.

SOBRE O FILME

Rodado na Amazônia, o longa traz a estreante Jamilli Correa, no papel principal, Dira PaesFátima Macedo e Rômulo Braga, além de atores e atrizes locais da região. O roteiro vencedor do Sam Spiegel International Film Lab é assinado por Felipe ShollMarcelo GrabowskyMarianna BrennandAntonia PellegrinoCamila Agustini e Carolina Benevides. Também integram a equipe o diretor de fotografia Pierre de Kerchove (“Paloma”, “Pico da Neblina”), o diretor de arte Marcos Pedroso (“Bicho de Sete Cabeças”, “Motel Destino”), a montadora Isabela Monteiro de Castro (“O Céu de Suely”, “Cidade Baixa”) e a figurinista Kika Lopes (“O Palhaço”, “Simonal”).

“Manas” narra a história de Marcielle/Tielle (Jamilli Correa), uma jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó (PA) junto ao pai, Marcílio (Rômulo Braga), à mãe, Danielle (Fátima Macedo), e a três irmãos. Ela cultua a imagem de Claudinha, sua irmã mais velha, que teria partido para bem longe após “arrumar um homem bom” nas balsas que passam pela região. Conforme amadurece, Tielle vê ruírem muitas das suas idealizações e se percebe presa entre dois ambientes abusivos. Preocupada com a irmã mais nova e ciente de que o futuro não lhe reserva muitas opções, ela decide confrontar a engrenagem violenta que rege a sua família e as mulheres à sua volta.

A fagulha inicial para a realização do filme ocorreu quando Marianna tomou conhecimento de casos de exploração sexual de crianças nas balsas do Rio Tajapuru, na Ilha do Marajó (PA). Em 2014, ela ganhou um edital de desenvolvimento de roteiro promovido pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e deu início às pesquisas para o trabalho, que incluíram diversas viagens para a região. Primeiramente, havia a intenção de realizar um documentário, campo no qual a cineasta atuava, mas logo essa ideia foi abandonada.

“No início da pesquisa, me deparei com uma questão ética muito séria. Era inaceitável para mim como documentarista colocar à frente da câmera crianças, adolescentes e mulheres para recontarem situações de abuso pelas quais haviam passado. Seria cometer mais uma violência contra elas. É um tema muito duro e complexo. O desafio era retratar não só uma dor física e emocional, mas também existencial, e isso foi algo que a ficção me permitiu trabalhar. Busquei estabelecer uma espécie de mergulho sensorial que conectasse o espectador à experiência emocional da Marcielle. Eu optei por fincar o filme – em todos os seus aspectos – em um naturalismo que se liga ao documental, abrindo mão de qualquer artifício que pudesse desviar da vivência dela e de seu emocional”, explica a cineasta.

Para a composição do elenco, que teve direção de Anna Luiza Paes de Almeida e preparação de René Guerra, formou-se um núcleo adulto composto por atores profissionais de diversas partes do Brasil (Fátima Macedo (CE), Rômulo Braga (MG/DF) e Dira Paes (PA), além de Ingrid Trigueiro (PB), Clébia Souza (PE), Nena Inoue (PR) e Rodrigo Garcia (PE)) e um núcleo infantil escolhido a partir de testes com centenas de crianças moradoras da Região Metropolitana e de ilhas próximas a Belém.

Uma das mais talentosas e premiadas atrizes do cinema nacional, Dira Paes interpreta a policial Aretha. O papel foi construído baseado em pessoas reais como o delegado Rodrigo Amorim, conhecido por combater a exploração sexual infantil nas balsas da região, e em Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante, uma referência no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes na região Amazônica. “A personagem da Aretha foi escrita especialmente para a Dira, que foi uma grande parceira desde o início. A Dira sempre foi um farol para mim, uma mulher que me inspira pelo seu ativismo, uma das grandes atrizes brasileiras e uma mulher paraense que conhece muito bem a realidade que abordamos no filme”, comenta a diretora.

Selecionada para viver a protagonista Marcielle, Jamilli Correa não tinha qualquer experiência prévia com atuação e surpreendeu pela técnica que demonstrou ao longo de todo o processo. “Eu sempre brinco que ela foi atriz em vidas passadas. A gente só destravou algo que já estava dentro dela. A Jamilli é uma força da natureza. Ela tem um silêncio preenchido que imprime na tela muitas nuances e uma inteligência cênica impressionante, qualidades raras”, resume Marianna Brennand. O brasiliense Rômulo Braga e a cearense Fátima Macedo, respectivamente nos papéis do pai e da mãe da personagem principal, completam o elenco principal do filme. 

Sinopse

Marcielle, uma jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó (PA), começa a entender que o futuro não lhe reserva muitas opções. Encurralada pela resignação da mãe e movida pela idealização da figura da irmã que partiu, ela decide confrontar a engrenagem violenta que rege a sua família e as mulheres à sua volta.

Prêmios conquistados pelo longa-metragem

  1. Director’s Award – Giornate degli Autori, Festival de Veneza, Itália
  2. ⁠Prêmio Especial do Júri para a Atriz Jamilli Correa – Festival Internacional do Rio, Rio de Janeiro, Brasil
  3. ⁠Prêmio do Júri de Melhor Filme Brasileiro – Festival Internacional de Cinema de São Paulo, São Paulo, Brasil
  4. ⁠Prêmio de Novo Talento Internacional (Prêmio do Júri) – Festival Internacional de Cinema de Mannheim-Heidelberg, Alemanha
  5. ⁠Prêmio Estudantil – Festival Internacional de Cinema de Mannheim-Heidelberg, Alemanha
  6. ⁠Prêmio Especial do Júri – Festival de Huelva, Espanha
  7. ⁠Prêmio do Público – Festival de Huelva, Espanha
  8. ⁠Prêmio do Público – Festival dos 3 Continentes de Nantes, França
  9. ⁠Prêmio François-Chalais de Melhor Roteiro – 37º Encontro Cinematográfico de Cannes
  10. ⁠Prêmio da Crítica – Mostra de Cinema de Gostoso, Rio Grande do Norte, Brasil
  11. ⁠Melhor Primeiro Longa-Metragem – Festival Global de Cinema de Santo Domingo, República Dominicana
  12. ⁠Prêmio de Melhor Direção – Festival Aruanda, João Pessoa, Brasil
  13. ⁠Menção Honrosa pela Direção de Elenco – Festival Aruanda, João Pessoa, Brasil
  14. ⁠Prêmio Pangea da Universidade Agrária de Havana, Melhor Longa-Metragem de Ficção – Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, Havana, Cuba
  15. ⁠Prêmio El Megano da Federação de Cineclubes de Cuba, Melhor Longa-Metragem de Ficção – Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, Havana, Cuba
  16. ⁠Prêmio Casa das Américas, Melhor Longa-Metragem de Ficção – Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, Havana, Cuba
  17. ⁠Prêmio Centro Memorial Martin Luther King – Melhor Longa-Metragem de Ficção – Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, Havana, Cuba
  18. ⁠Melhor Filme – Festival de Cinema de São Bernardo, SP, Brasil
  19. ⁠Melhor Roteiro – Festival de Cinema de São Bernardo, SP, Brasil
  20. ⁠Melhor Atriz Coadjuvante – Dira Paes – Festival de Cinema de São Bernardo, SP, Brasil
  21. ⁠Melhor Filme Ibero-Americano, Menção Especial – Festival Internacional de Cinema de Palm Springs, EUA
  22. Prêmio de Ficção Golden Lynx – FEST New Directors New Films Festival, Espinho, Portugal
  23. Grande Prêmio do Juri – Festival ⁠Movies That Matter, Holanda
  24. Prêmio do Público – Festival Internacional de Cinema Innsbruck, Áustria
  25. Menção Honrosa – Festival Internacional de Cinema TOFIFEST, Torún, Polônia
  26. Women In Motion Emerging Talent Award – Kering e Festival de Cannes, Cannes, FR

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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