terça-feira, setembro 23, 2025
22 C
Rio de Janeiro
InícioArtesFilmes e SériesMorre Silvio Tendler, ícone do documentário brasileiro, aos 75 anos
Brasil mais triste

Morre Silvio Tendler, ícone do documentário brasileiro, aos 75 anos

Cineasta e historiador audiovisual, Tendler enfrentava neuropatia diabética e deixa legado de mais de 80 obras sobre política e história do Brasil

O cineasta Silvio Tendler, referência do documentário brasileiro, morreu nesta sexta-feira (5), aos 75 anos, vítima de infecção generalizada. Há mais de uma década, Tendler convivia com neuropatia diabética, condição que compromete o sistema nervoso, e teve sua morte confirmada por sua filha, Ana Rosa Tendler.

Reconhecido como o “cineasta dos sonhos interrompidos”, Tendler produziu obras que marcaram a história política do país. Entre elas, destacam-se Jango (1980), Os Anos JK – Uma Trajetória Política (1980) e Tancredo, A Travessia (2011), que formam a chamada “Trilogia Presidencial”. O filme sobre João Goulart segue sendo um dos documentários mais assistidos no Brasil, com 1 milhão de espectadores.

Além de seu trabalho político-histórico, Tendler conquistou o público com obras populares, como O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981), que registrou 1,3 milhão de espectadores, e Os Anos JK, com 800 mil. Sua obra mais ambiciosa, Utopia e Barbárie, levou cerca de 20 anos para ser concluída, reunindo depoimentos de Augusto Boal, Eduardo Galeano e Susan Sontag.

Trajetória e legado de Silvio Tendler

Nascido no Rio de Janeiro, em 1950, Tendler iniciou sua carreira cinematográfica no fim dos anos 1960. Durante a ditadura militar, exilou-se no Chile e posteriormente na França, onde estudou história e cinema em Paris. De volta ao Brasil, fundou a produtora Caliban em 1976, responsável por mais de 80 produções, na maioria com caráter historiográfico e político.

Sua atuação extrapolou o cinema: nos anos 1990, ocupou o cargo de Secretário de Cultura e Esporte do Distrito Federal e colaborou com a Unesco em projetos de audiovisual no Mercosul. Recebeu importantes reconhecimentos, incluindo a Ordem Rio Branco, concedida pelo então presidente Lula, e, em maio deste ano, a Ordem do Mérito Cultural do governo federal. Ao longo de sua carreira, conquistou mais de 60 prêmios em festivais nacionais e internacionais.

Tendler deixa a esposa, Fabiana Versasi, e a filha, Ana Rosa Tendler, além de um legado que consolidou o documentário como ferramenta de memória e crítica política no Brasil.

Parimatch Cassino online
Redacao
Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

Relacionadas

“O Ceará é parte de mim”, diz Mariana Ximenes ao receber homenagem no 35° Cine Ceará 

Atriz tem raízes cearenses e recebeu o Troféu Eusélio Oliveira como reconhecimento pela trajetória, especialmente no cinema

“Truque de Mestre – O 3º Ato” ganha novo cartaz

Com distribuição da Paris Filmes, filme estreia em novembro nos cinemas

Morre Robert Redford, lenda de Hollywood

Astro de Hollywood e cineasta, Robert Redford morre aos 89 anos; ator fundou o prestigiado Festival de Sundance.

Filmes do Rio de Janeiro são premiados no FAM 2025

Pelo voto popular, a animação A História de Ayana e o documentário À Flor da Pele venceram nas mostras Infantojuvenil e Petrobras On-line

O Agente Secreto vai representar o Brasil no Oscar 2026

Filme de Kleber Mendonça Filho, com Wagner Moura, foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema; longa, ambientado em 1977, venceu prêmios em Cannes.

Mais Notícias

Assuntos:

Mais Notícias