A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu nesta quinta-feira (11) manter a prisão preventiva do rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam.
O artista está detido há 50 dias no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, acusado de tentativa de homicídio qualificado contra dois policiais civis durante abordagem em sua residência, no Joá.
A decisão dos desembargadores reafirma a gravidade das atitudes atribuídas ao trapper, incluindo um vídeo em que Oruam aparece desafiando agentes de segurança a “pegá-lo” no Complexo da Penha. Para a relatora do caso, desembargadora Márcia Perrini Bodart, a conduta reforça a necessidade da manutenção da prisão.
Defesa alega perseguição
Durante a sessão, o advogado Nilo Batista, representante do rapper, sustentou que Oruam sofre perseguição policial devido ao parentesco com o traficante Márcio Santos Nepomuceno (Marcinho VP), apontado como líder do Comando Vermelho.
“O Mauro foi criado virtuosamente pela Márcia na Vila da Penha. Ele poderia, se quisesse, ter herdado o prestígio paterno, mas optou por uma carreira artística forjada a partir da favela, com os meios e as formas manejadas por sua geração. Sua carreira tem reconhecimento nacional e internacional”, afirmou Batista, destacando a trajetória musical do cantor.
O advogado também questionou a atuação da polícia durante a operação que resultou na prisão, criticando a entrada na residência às 23h, com viaturas e agentes descaracterizados.
Família e amigos presentes no julgamento
O julgamento começou às 10h40 e contou com a presença de familiares de Oruam, incluindo sua mãe, Márcia Gama dos Santos Nepomuceno, sua namorada, influenciadora Fernanda Valença, e o irmão Lucca Nepomuceno. Também estiveram presentes o funkeiro Mc Poze do Rodo, acompanhado da esposa Vivi Noronha, reforçando apoio ao artista.
Recursos e próximos passos
A defesa já anunciou que recorrerá da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Enquanto o recurso não é analisado, Oruam permanece detido em Gericinó, aguardando desdobramentos judiciais. O caso levanta discussões sobre a atuação policial em comunidades, direitos de artistas e a influência de vínculos familiares em processos criminais.