Brasília, 16 de junho de 2025 — O jornalista Guga Chacra, correspondente em Nova York da GloboNews, foi surpreendido por um episódio inusitado: a emissora removeu um trecho de sua entrevista com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, após ele questionar frontalmente as motivações israelenses nos recentes ataques ao Irã. O caso viralizou nas redes sociais com a hashtag #GloboCensura, gerando debates sobre liberdade editorial e cobertura geopolítica.
Um debate transparente… que sumiu do ar
Durante a entrevista, Chacra questionou incisivamente: “Embaixador, o mundo estava mais seguro quando Obama fez acordo com o Irã e agora isso foi sabotado por Israel e Trump?”. Ele ainda pressionou sobre a posse de armamentos nucleares por Israel, perguntando: “Por que Israel tem bomba atômica enquanto o Irã não?”.
Os vídeos com essas perguntas foram divulgados nas redes, mas ficaram disponíveis por poucos minutos – antes de serem removidos oficialmente do site e perfis da GloboNews, dando origem à acusação de “censura”.
Repercussão nas redes
A repercussão foi imediata. No X, espectadores e comentaristas políticos levantaram a bandeira da censura. Entre os trechos mais compartilhados, estava um post afirmando que a emissora teria “acaba do vídeo” após o jornalista “subir o tom” com o embaixador.
O professor Dawisson Belém Lopes comentou que, ainda que tecnicamente fundamentado, o questionamento renderia problemas a quem o fizesse . No entanto, o silêncio da Globo sobre o episódio aumentou a suspeita de interferência editorial.
O que estava em pauta
Chacra trouxe à tona pontos sensíveis:
- O acordo nuclear do Irã, firmado no governo Obama e posteriormente abandonado por Trump, com suspeita de sabotagem por Israel;
- O fato de Israel não ser signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, ao contrário do Irã;
- A legitimidade (ou falta dela) de ações militares e bombardeios contra civis, criando conflito com a narrativa oficial de segurança israelense.
Esses são temas centrais no debate global sobre geopolítica, que desafiam narrativas simplistas sobre conflitos no Oriente Médio.
Liberdade editorial sob pressão?
A GloboNews ainda não se posicionou oficialmente, o que amplia a suspeita de que a remoção foi motivada por pressões externas ou temor de represálias diplomáticas. A hashtag #GloboCensura continua entre os assuntos mais.
Contexto do jornalista
Guga Chacra é especialista em política internacional, com histórico na cobertura do Oriente Médio desde 2005. Mestre pela Columbia University, é respeitado por suas análises geopolíticas no Brasil e no exterior . A entrevista, portanto, surgia como oportunidade de análise crítica e aprofundada — não como provocação gratuita.
Máxima do mundo real
A retirada do vídeo questiona até que ponto veículos de mídia seguem livremente seu dever de informar. O corte de uma entrevista instigante pode ser interpretado como sintoma de autocensura diante de temas incômodos para governos.
O Carioca Esclarece: A remoção de reportagens ou entrevistas não decorre apenas de falhas técnicas, como falhas no ar – pode também refletir decisões estratégicas envolvendo interesses diplomáticos e editoriais.
FAQ
Houve decisão formal da GloboNews para remover o conteúdo?
Até o momento, não há posicionamento público da emissora explicando a exclusão do vídeo. O conteúdo foi apagado sem justificativa.
Quais temas Guga Chacra abordou na entrevista?
Ele questionou a sabotagem ao acordo nuclear do Irã, a presença nuclear de Israel e os ataques contra civis.
#GloboCensura era realmente um dos assuntos mais comentados?
Sim. Vários perfis no X compartilharam o caso, indicando reação significativa nas redes .