Brasília — 8 de agosto de 2025 — Em prisão domiciliar e sob monitoramento do Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue enfrentando complicações de saúde persistentes, com destaque para um quadro de esofagite e dores recorrentes na região abdominal afetada pela facada sofrida em 2018. A avaliação foi feita por quatro médicos autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“Era um touro antes da facada”
Segundo os profissionais, Bolsonaro vem sofrendo com azia, refluxo, tosse e crises intensas de soluço. “O que mais o incomoda é o soluço. Quando o refluxo aumenta, aumenta o soluço”, relatou um dos médicos ao portal Metrópoles. O ex-presidente está tomando dois medicamentos para conter a inflamação no esôfago.
Desde o atentado, Bolsonaro foi submetido a diversas cirurgias. “A faca estava contaminada e rasgou o intestino. A cada cirurgia, formam-se mais aderências”, explicou outro profissional da equipe. Mesmo após as intervenções, o abdômen não está normal.
A defesa do ex-presidente precisa agora informar ao STF qualquer necessidade de internação com pelo menos 24 horas de antecedência. A determinação foi feita por Moraes, que autorizou a visita médica nesta semana.
Entenda o que está em jogo
Bolsonaro está morrendo?
Não há sinal de risco imediato de morte, mas o quadro é instável. O ex-presidente apresenta deterioração contínua da saúde, agravada por idade, múltiplas cirurgias e adesões internas.
A facada de 2018 justifica todos os sintomas?
Segundo os médicos, sim. A maioria das internações se deve às sequelas do atentado, agravadas pelo avanço da idade e pelas complicações gastrointestinais.
Por que o STF está envolvido na saúde de Bolsonaro?
Porque o ex-presidente está em prisão domiciliar e o ministro Alexandre de Moraes exige transparência total sobre seu estado clínico, para evitar alegações forjadas de agravamento súbito.
Há risco de internação urgente?
Os médicos não descartam, mas enfatizam a necessidade de cuidados preventivos e acompanhamento constante. O histórico cirúrgico é considerado “complexo”.
A metáfora do soluço
O corpo de Bolsonaro parece repetir o que sua trajetória política também exibe: interrupções, refluxos e soluços — sintomas de um sistema desorganizado, em colapso. O mito de força, construído à base de fake news e imagens viris, cede agora lugar a relatórios médicos que descrevem um homem enfraquecido, limitado, em declínio físico notório.
A tentativa de construir a imagem de um “touro” rui a cada internação, soluço e cirurgia. Ao fim, o que resta é um líder político sitiado em casa, preso por seus atos e pelas próprias vísceras.
