A prisão preventiva do ex-Presidente Bolsonaro e sua confissão de que tentou violar a tornozeleira eletrônica abriram uma nova e decisiva frente de articulação no Centrão. Líderes do bloco avaliam que o desgaste do ex-presidente é irreversível e, por isso, reaquecem a pressão para montar uma chapa presidencial em 2026 com Tarcísio de Freitas e um vice oriundo do próprio grupo, marginalizando os filhos políticos do líder da extrema-direita.
A situação judicial de Jair Bolsonaro criou um vácuo de liderança na direita brasileira. O apoio formal do ex-capitão ainda é considerado indispensável para qualquer viabilidade eleitoral majoritária. Contudo, seus filhos resistem veementemente em ceder esse capital político acumulado.
A percepção de desgaste foi reforçada pela própria confissão de Bolsonaro. Ele admitiu ter usado “ferro quente” para danificar o equipamento de monitoramento. Ele alegou que agiu por “paranoia” causada por medicamentos.
📉 O Desgaste da Família e o Projeto Flávio
A situação do filho mais velho, o Senador Flávio Bolsonaro, também se complicou no cenário político. Flávio ensaiava uma candidatura própria com o aval de Eduardo Bolsonaro e a bênção do pai.
Entretanto, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, citou o senador em sua decisão de prisão preventiva. Moraes apontou que a vigília convocada por Flávio poderia ter facilitado uma eventual fuga do pai.
Com essa citação, nomes importantes do Centrão afirmam que o projeto presidencial de Flávio perdeu fôlego de vez. O trio de irmãos – Flávio, Eduardo e Carlos – tenta desesperadamente preservar o espólio eleitoral do pai.
Para isso, eles atacam publicamente governadores da direita, acusando-os de “ratos” e “oportunistas”. Os alvos são Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Jr.. A crítica central é que esses líderes buscam o apoio de Bolsonaro sem oferecer ajuda nos seus impasses judiciais.
♟️ O Impasse da Vice-Presidência
O impasse na direita se concentra agora no posto de vice. O Centrão projeta a chapa ideal: Tarcísio com um nome do bloco para Vice-Presidente.
Os nomes mais cotados para essa posição são Ciro Nogueira ou Tereza Cristina. Ciro Nogueira chegou a declarar publicamente que informou Bolsonaro sobre sua indisponibilidade para disputar o cargo.
O ex-Presidente, por sua vez, já indicou que apoiaria Tarcísio apenas se Michelle Bolsonaro fosse a vice. No entanto, as conversas de bastidores seguem marcadas por constantes mudanças e incertezas.
[Sugestão de Ancoragem de Mídia: Inserir vídeo do Diário Carioca analisando a influência do Centrão nas eleições de 2026 e o papel de Tarcísio.]
🛑 Projeção de Cenário: A Anistia e o Ferro Quente
Apesar das críticas reservadas ao ex-Presidente, líderes do Centrão mantêm uma cautela pública extrema. Uma ruptura aberta com Bolsonaro ainda é vista como um caminho certo para a derrota eleitoral.
Aliados recorreram às redes e concederam entrevistas criticando a decisão de Moraes. Em paralelo, eles sinalizam à família Bolsonaro que poderiam articular saídas jurídicas mais brandas para aliviar penas.
A discussão ganhou força com a retomada das pressões no Congresso para votar o projeto que reduz as penas dos condenados pelos atos golpistas. Se aprovado, o tempo de regime fechado de Bolsonaro poderia cair de 6 anos e 10 meses para algo entre 2 e 3 anos.
No entanto, líderes do Centrão reconhecem que o vídeo no qual o ex-presidente admite tentar violar a tornozeleira dificultou o ambiente político. O vídeo inviabiliza o avanço da medida de anistia no curto prazo. Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão por cinco crimes relacionados à tentativa de golpe.

