Brasília, 2 de julho de 2025 – Um Congresso de bilionários legisla contra o povo brasileiro. Enquanto 93% dos deputados federais integram a elite econômica do país, a maioria trava projetos essenciais para a população e protege privilégios da elite.
A derrubada do decreto sobre o IOF é apenas o capítulo mais recente de um Parlamento que se especializou em defender jatinhos, iates, cassinos — mas se omite diante da fome, da desigualdade e da justiça tributária.
O Congresso Nacional, em sua maioria, hoje se assemelha a um clube de milionários desconectados da realidade popular. Um recente levantamento revela que 93% dos deputados federais estão entre os 10% mais ricos do país, e 18% possuem fortunas superiores a R$ 50 milhões, enquanto apenas 7% representam os 90% mais pobres da população.
Esses dados, longe de ser alarmismo, expõem o fosso que separa Brasília do cotidiano dos brasileiros comuns.
Congresso da mamata
Neste 2 de julho, as redes sociais pegaram fogo com as hashtags “Hugo Motta traidor”, “Congresso da mamata” e “agora é a vez do povo” — dentre os top trending no X, com mais de 3,8 milhões de menções.
O estopim? A derrubada do decreto que elevava o IOF — um imposto sobre transações financeiras, que afetaria apenas o “andar de cima”. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi apontado como articulador da decisão, desta forma protegendo o setor financeiro enquanto ignora o clamor por justiça tributária.
Pior: circulam boatos de que Motta estaria no “jogo de cartas marcadas”, tratando da indicação do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) como relator de uma CPMI sobre o INSS, potencial artifício para desviar a atenção.
Enquanto isso, medidas urgentes como a isenção no Imposto de Renda para trabalhadores continuam engavetadas — paradas por até 11 meses. Mas liberar benefícios bilionários a jatinhos, cassinos e iates, tudo isso em algumas semanas, parece prioridade .
O descompasso do poder
Um sistema legislativo composto por super-ricos naturalmente legisla para proteger privilégios. A estrutura tributária brasileira é regressiva: quem tem menos paga proporcionalmente mais, enquanto grandes fortunas — abaixo de 0,1% da população — arcam com alíquotas efetivas de apenas cerca de 7%, enquanto a classe média desembolsa algo em torno de 12%.
Não surpreende que o Congresso acelere isenções para folias dos ricos, mas trave a votação do PL 2741, que prevê isenção de IR para a maior parte da população sem cortar benefícios, enquanto promove tributação sobre os super-ricos. O que vemos é eloquente: um Parlamento defensor do status quo, em vez dos interesses populares.
#CongressoInimigoDoPovo
Entretanto, a pressão pública vem ganhando força e já é amplamente reconhecida pela própria base governista. Deputados como Humberto Costa e Lindberg Farias pressionam por taxar o que chamam de “BBB” (bilionários, bancos e bets), revertendo o discurso que queria colocar o povo no ônus da crise.
A hashtag #CongressoInimigoDoPovo expressa a indignação de quem entende que o Congresso só age em favor de minorias privilegiadas.
Essa rejeição é reforçada pela participação popular massiva nas redes sociais. Fotos geradas por inteligência artificial mostram Hugo Motta em jantares com a elite da Faria Lima, sendo aplaudido pelas hashtags críticas que dominam o debate público — num sinal claro de que o povo já não compra a narrativa de que “aumento de tributo é gasto inútil”.
O recado é cristalino
É impossível ignorar que estamos diante de um Parlamento composto por super-ricos, para legislar em causa própria. A agenda é clara:
- Em vez de combater privilégios estruturais, protege jatinhos, iates e cassinos com rapidez.
- Paralisa medidas pró‑povo, como a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil.
- Faz o povo pagar a conta, enquanto mantém privilégios e supersalários com presteza.
Concluindo
O que está em jogo é a essência da democracia. Queremos um país em que a elite fiscal pague sua parte e o Congresso trabalhe para a maioria, não para os bilionários. Chega de #CongressoInimigoDoPovo: legislam em causa própria, protegem os ricos e traem a soberania popular. A hora é de exigir mudanças reais, pressionar por justiça tributária e garantir que representantes sejam, de fato, do povo — e não reflexo de uma elite blindada.
JR Vital
Analista político e Editor do Diário Carioca