Brasília – 10.jul.2025 – O tarifaço anunciado por Donald Trump com apoio de aliados bolsonaristas atinge em cheio a economia brasileira e escancara a submissão da extrema direita nacional aos interesses dos Estados Unidos.
Artigo de Opinião | JR Vital, analista político do Diário Carioca
Enquanto Donald Trump afia sua máquina de guerra comercial contra o Brasil, a extrema direita nacional aplaude — e isso não é força de expressão. Bolsonaristas comemoram uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras como se fosse vitória. A verdade? É traição. Em nome da autopreservação de um clã político atolado até o pescoço em denúncias, a família Bolsonaro jogou o Brasil no colo do trumpismo radical.
Não é política, é canalhice
Ao defender Bolsonaro num inquérito sobre tentativa de golpe, Trump não age por convicção jurídica — age por interesse ideológico. E o que faz a bancada bolsonarista? Aplaude. Pior: articula nos bastidores com republicanos nos EUA para pressionar o Brasil. Como revelou a imprensa americana, parte das sanções foi “estimulada por contatos de aliados do ex-presidente brasileiro com setores ultraconservadores de Washington”.
Todos pagarão, não apenas o agro
O tarifaço anunciado afeta soja, carne, minério, tecnologia e até serviços digitais. Mas não se engane: o impacto vai além dos grandes exportadores. O aumento nos custos será repassado ao consumidor. A inflação voltará a pressionar a cesta básica. A retração nos mercados pode significar menos empregos, menos crédito, menos renda. Como disse o senador Fabiano Contarato: “Todos, empresários, produtores e a população brasileira pagarão a conta”.
Landulpho Alves: o prenúncio da entrega
Não é a primeira vez que o bolsonarismo entrega o país. Em 2021, o governo Bolsonaro vendeu a refinaria Landulpho Alves por US$ 1,65 bilhão — metade do preço de mercado. Foi o início da desindustrialização programada que favoreceu monopólios internacionais. A venda interessou a investidores árabes e americanos, e deixou a Bahia à mercê de preços importados de combustíveis. A soberania energética foi rifada por uma ideologia entreguista.
Família e fanatismo acima do Brasil
O que se desenha é um pacto de autoproteção. Bolsonaro busca no exterior aquilo que não tem mais aqui: blindagem judicial, apoio institucional e palco para seus delírios golpistas. Trump, por sua vez, usa o Brasil como moeda simbólica em sua campanha de revanche eleitoral. Nesse jogo, o povo brasileiro é apenas dano colateral.
JR Vital, analista político do Diário Carioca