terça-feira, 04/11/25 - 22:31:06
22 C
Rio de Janeiro
InícioColunasRetrospectiva 2023: streaming, streaming, streaming

Retrospectiva 2023: streaming, streaming, streaming

Na última semana, o Spotify liberou sua retrospectiva e inundou as redes sociais com números, listas e uma infinidade de estilos musicais de causar espanto nos desavisados. O fato de repassar pouco aos artistas, ameaçar sair do Uruguai por causa da mudança na lei de direitos autorais ou ter demitido 1500 funcionários não toca sua popularidade. Ou a popularidade de seus pares de diferentes gêneros com problemas semelhantes ou não. 

Com a multiplicação de serviços de streaming, a expectativa era de que em algum momento minguasse, o público cansasse e se voltasse para as antigas opções (sejam elas quais fossem). Ainda não foi dessa vez. Ao contrário, cada vez mais empresas consagradas se lançam nesse mercado. Salvo engano, a mais recente, o SBT+ com anúncios oficiais até no maior evento geek, a CCXP. 

Definitivamente não é impossível viver sem, mas com certeza é difícil resistir ao apelo de suas facilidades. É fácil ouvir a música que você quer, quando quer e o algoritmo ainda te oferece em uma bandeja algo que você gosta ou pode gostar. Quem se importa se dá preferência a artistas homens? É música, é relativamente barato e ainda tem os charts – ninguém resiste a uma competição. 

Já assistir nem sempre é tão fácil assim. É verdade que a disponibilidade continua sendo gigantesca (e cada vez maior, com produções voltadas especialmente para essa mídia) com filmes, séries e novelas, mas em alguns momentos somos obrigados a dar razão aos críticos. Por exemplo, devido a impasses nas negociações de seus direitos, no dia em que Doctor Who, completou 50 anos não era possível encontrá-la em nenhum serviço de streaming. 

Mais Notícias

A lição sociológica do caso Esquerdogata – Por Roberta Bastos

Aline não é apenas uma figura pública que se excedeu. Ela simboliza um tipo de militância contemporânea moldada pelas redes sociais

As mais afetadas, as menos ouvidas: por que mulheres negras precisam liderar a agenda climática

Garantir a presença e o protagonismo dessas mulheres nos debates sobre justiça climática não é apenas necessário — é urgente.

Apesar desta questão absurda em torno de uma série clássica, a realidade consegue ser bem pior e é aí que consiste a maior vantagem do streaming: o ingresso de cinema sozinho não é barato. A soma de todas as etapas da ida ao cinema não é barata, mas pode ser reduzida… coisa semelhante é impossível em uma cidade que não tem cinema e toda sessão demanda uma viagem a mais: a imersão proposta pelo filme e a viagem prévia até o cinema. Ou seja, aceitemos bem ou não, o streaming representa o acesso (quase) livre ao conhecimento, à cultura tanto quanto a pirataria e ambos fazem o papel que deveria ser desempenhado pelo Estado na garantia desse nosso direito. Neste estado das coisas, mesmo que reconheçamos a beleza da experiência de ir ao cinema, é com alegria que vemos despontar alternativas gratuitas (e menos problemáticas), uma delas, a Ubuplay.

UBUPLAY – A PLATAFORMA DE STREAMING DOS CINEMAS NEGROS
A Ubuplay não completou ainda um mês de vida, mas tem tudo para crescer e se tornar uma referência, abrindo os caminhos para outras propostas. São mais de 100 produções, 7 países, diferentes gêneros tendo em comum o compromisso com a representação e difusão das obras feitas por pessoas afrodiaspóricas. A Ubuplay recebe fomento da Prefeitura do Rio e é resultado da tese de doutorado de Márcio Brito Neto (UFF).   

Jaqueline Ribeiro
Jaqueline Ribeirohttps://www.diariocarioca.com/
Jaqueline Ribeiro é bacharela em Comunicação/Jornalismo pela UEMG-Frutal, interessada por tudo o que conta histórias, escreve sobre livros, filmes e discos
Parimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino online

Relacionadas

A lição sociológica do caso Esquerdogata – Por Roberta Bastos

Aline não é apenas uma figura pública que se excedeu. Ela simboliza um tipo de militância contemporânea moldada pelas redes sociais

As mais afetadas, as menos ouvidas: por que mulheres negras precisam liderar a agenda climática

Garantir a presença e o protagonismo dessas mulheres nos debates sobre justiça climática não é apenas necessário — é urgente.

A memória da resistência chilena navega em direção a Gaza

Por Taroa Zúñiga e Vijay PrashadA Flotilha Sumud para Gaza navega de Túnis em direção às águas que circundam a Palestina. Em árabe, a palavra Sumud significa resiliência. Este é o sentimento que...

Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro, por Sidônio Palmeira

Estar do lado do povo brasileiro é promover justiça social e combater privilégios dos super-ricos que se arrastam desde o período colonial

O anteprojeto de governo e o esboço de país

*Por Guto Araújo - A disputa presidencial de 2026 já se desenha como um dos embates mais desafiadores da história recente. De um lado, a esquerda aposta todas as...

Mais Notícias

Assuntos:

Recomendadas