A pobreza, a extrema pobreza e a desigualdade social no Brasil atingiram, em 2024, seus patamares mais baixos desde 1995, conforme um estudo inédito divulgado nesta terça-feira (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento aponta uma melhora histórica nos indicadores sociais, ao mesmo tempo em que a renda média mensal por pessoa alcançou o maior valor em três décadas.
Segundo o Ipea, o coeficiente de Gini — principal indicador de desigualdade — apresentou uma queda de 18%, passando de 61,5 para 50,4. Simultaneamente, a taxa de extrema pobreza no país despencou de 25% para menos de 5% no mesmo período analisado.
Fatores Chave da Recuperação
A análise dos pesquisadores Pedro Ferreira de Souza e Marcos Hecksher, que utilizaram dados da Pnad Contínua do IBGE, indica que os avanços foram concentrados em dois períodos: de 2003 a 2014 e, mais recentemente, de 2021 a 2024.
Os pesquisadores destacaram que a recuperação mais recente foi impulsionada por dois fatores com peso semelhante: a expansão do mercado de trabalho e o fortalecimento dos programas de transferência de renda, com impacto ainda maior destes últimos na redução da extrema pobreza.
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A retomada e expansão do Bolsa Família, com orçamento previsto de R$ 158 bilhões para 2025, foi considerada determinante. Apesar da polêmica em torno do aumento dos custos, a conclusão do estudo é que o retorno social do gasto é inequívoco, com o programa preservando sua focalização e elevando o número de famílias atendidas para mais de 18 milhões no final de 2024.




