“Saco de Batata” do francês Georges Perec ganha montagem e tradução inéditas no Brasil

Uma história absurda de seis personagens: o Homem, a Mulher, o Menino, a Menina, A Velha e o Empregado, que estão presos numa sala descascando batatas. É esse o pano de fundo de Saco de Batata, peça escrita em 1981 pelo autor francês Georges Perec, que estreia dia 04 de agosto no Sesc Copacabana, com sessões de quinta a domingo sempre às 19h. A montagem é uma experiência metalinguística que passeia por temas como escassez material e escassez cultural, a memória, a desolação e a guerra, o isolamento, a incomunicabilidade e o papel imprescindível da arte na sobrevivência humana, assim como a própria materialidade física do teatro.

O clássico texto do grupo literário chamado Oulipo ganha montagem inédita no Brasil pelo grupo Teatro Voador Não Identificado, com tradução de Leandro Romano e direção de Julia Bernat e codireção de Luiz Antonio Ribeiro. Na narrativa, esses seis personagens que não se conhecem, não sabem onde estão e nem o motivo de estarem ali, tentam reconstruir as suas memórias a partir de histórias que contam e inventam uns dos outros, de si mesmos e do próprio teatro.  Por meio de recursos metalinguísticos, os confinados vão tentando entender o espaço em seu entorno inserindo o público presente à dramaturgia os transformando em “incômodos observadores” ou até mesmo em “outros prisioneiros”.

“O mais importante do texto do Perec é pensar o mundo dos pós. Fazemos a guerra e fazemos o fim da guerra, mas e depois? Que mundo viveremos depois da pandemia? Como construir um mundo depois desses momentos catastróficos da história?”, questiona Luiz.  “Montar esse texto hoje, é trazer para cena a materialidade do teatro, e da precariedade da nossa realidade. A inventividade que precisamos ter para sobreviver”, completa Julia Bernat, que há 11 anos segue carreira internacional, trabalhando como atriz com a diretora e dramaturga Christiane Jatahy, ganhadora do Leão de Ouro da Bienal de Veneza deste ano pelo conjunto de sua carreira teatral.

“Saco de Batata” segue em cartaz até o dia 28 de agosto, com sessões de quinta a domingo sempre às 19h. Com este espetáculo ainda inédito no Brasil, o Teatro Voador Não Identificado celebra 10 anos de vida nos palcos cariocas.

“Depois de tanto tempo confinados em casa, é um prazer desmedido voltar aos palcos com um texto que dialoga com o nosso trabalho artístico por meio de personagens confinados que tem um abacaxi nas mãos, digo, várias batatas, então, vamos descascar!”, finaliza o ator Leandro Santanna, que divide a cena com Angela Rabello, Clarisse Zarvos, Gabriel Vaz, Larissa Siqueira e Pedro Henrique Muller

 Sinopse

Seis personagens: o Homem, a Mulher, o Menino, a Menina, A Velha e o Empregado, estão presos numa sala descascando batatas. Não sabemos quem são, nem como foram parar ali. E nem quais são as relações possíveis entre eles. Escrita em 1981 pelo autor francês Georges Perec, a peça é uma experiência metalinguística que passeia por temas como escassez material e escassez cultural, a memória, a desolação e a guerra, o isolamento, a incomunicabilidade e o papel imprescindível da arte na sobrevivência humana, assim como a própria materialidade física do teatro.

Serviço

Temporada: 04 de agosto a 28 de agosto (quinta a domingo, 19h)

Local: Arena do Sesc Copacabana – Arena –

Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana

Telefone: (21) 2548-1088

Capacidade: 242 lugares

Ingressos: R$ 7,50 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira)

Duração: 100 minutos

Gênero: comédia dramática

Classificação indicativa: 14 anos

*Bilheteria:

Horário de funcionamento: