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Derrite e PCC: Amigo próximo do deputado é investigado por ligação com facção criminosa

Cabo da Rota e amigo próximo de Guilherme Derrite é investigado pelo GAECO por atuar para o PCC.

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Guilherme Derrite. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O Ministério Público de São Paulo, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apura desde o início de 2025 um grave esquema que teria aliciado policiais militares para atuarem em prol do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Entre os policiais investigados está o cabo José Roberto Barbosa de Souza, apelidado de Barbosinha, um nome notório por sua proximidade com o atual secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite.

A relação entre Derrite e PCC por meio de um auxiliar levanta questões críticas sobre a segurança e a integridade das forças policiais do estado.

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A Relação entre Derrite e o Cabo Investigado

A investigação do Gaeco ganhou destaque devido à ligação pessoal do cabo José Roberto Barbosa de Souza com o secretário Guilherme Derrite, que também é deputado federal (PP-SP). Ambos trabalharam juntos nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), uma das unidades de elite da Polícia Militar de São Paulo. A proximidade entre Derrite e PCC por via indireta foi exposta após a divulgação da investigação do Estadão.

O cabo Barbosinha chegou a ser convidado para um episódio do podcast “Papo de Rota”, apresentado por Derrite quando este ainda era deputado. Na ocasião, o atual secretário o descreveu publicamente como um “grande amigo e grande policial”. Logo após o escândalo vir à tona, o vídeo contendo o elogio e a participação do cabo teve seu acesso restrito na plataforma YouTube, um movimento que sugere a tentativa de distanciamento da imagem do secretário em relação ao caso.

O ‘Cabo Barbosa’ participa de podcast Papo de Rota com o então deputado Guilherme Derrite. Foto: Reprodução
O ‘Cabo Barbosa’ participa de podcast Papo de Rota com o então deputado Guilherme Derrite. Foto: Reprodução

Detalhes da Investigação e o Esquema de Corrupção

A denúncia original, protocolada no Gaeco em abril de 2024, detalhava a suspeita de aliciamento de integrantes da Rota pelo PCC. O esquema envolveria a prestação de serviços ilícitos, incluindo a garantia de segurança a líderes da facção criminosa, o repasse de informações privilegiadas sobre operações policiais e até mesmo a eliminação de criminosos rivais.

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O nome do cabo Barbosa surgiu após o cruzamento de dados com a operação que investiga a empresa de ônibus Transwolff, suspeita de atuar na lavagem de dinheiro para o crime organizado. As mensagens interceptadas, trocadas entre policiais e diretores da Transwolff, indicaram o envolvimento do cabo.

As suspeitas da Corregedoria da PM apontam que o cabo Barbosa participou do esquema de segurança clandestina da empresa e utilizou veículos ligados à companhia para montar seu comitê de campanha em 2022, quando concorreu a deputado federal. O inquérito militar, de número 059/319/24, foi aberto por ordem do coronel Fábio Sérgio do Amaral. O cabo é suspeito de ter compartilhado informações sigilosas sobre operações da Rota contra o crime organizado, o que potencializa a gravidade da Investigação sobre Derrite e PCC. A gravidade do caso levou a Corregedoria, no início de novembro, a solicitar a quebra de sigilo telemático de 16 policiais, incluindo Barbosa e o sargento Alexandre Aleixo Romano.

Controvérsia Política e a Lei Antifacção

O contexto desta investigação ocorre em um momento politicamente sensível para Guilherme Derrite. Recentemente, ele apresentou um novo parecer sobre o Projeto de Lei Antifacção. O texto, protocolado em 10 de novembro, propõe que a Polícia Federal atue de forma mais cooperativa com as polícias estaduais no combate ao crime. Esta nova versão suaviza a proposta anterior, que havia sido duramente criticada pelo Governo Lula, Polícia Federal e Receita por limitar a atuação da PF e potencialmente enfraquecer o combate à criminalidade.

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A revelação da ligação de um amigo próximo de Derrite com o PCC adiciona uma camada de complexidade e desconfiança sobre o seu papel na formulação de políticas de segurança. Críticos argumentam que a presença de indivíduos suspeitos de corrupção ou ligação com facções nas esferas de segurança mais altas do estado mina a credibilidade das propostas. O secretário, contudo, defende que sua intenção é “restringir o espaço de atuação do crime organizado e restabelecer o poder do Estado sobre o território nacional”. A polêmica sobre Derrite e PCC por meio do cabo investigado torna o debate sobre a Lei Antifacção ainda mais urgente e exige um escrutínio rigoroso da transparência e da ética na segurança pública. Para mais informações sobre a Lei Antifacção, acesse a seção de /politica do Diário Carioca. Contudo, o impacto da criminalidade no Rio de Janeiro pode ser acompanhado em /rio-de-janeiro, e além disso, a dimensão econômica do crime organizado é detalhada em /economia. Para notícias culturais, veja /cultura e para esportes, acesse /esportes.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.