O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou nesta terça-feira (4) uma carta aberta em resposta às críticas da deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) sobre a composição da chapa ao Senado nas eleições de 2026. O texto, divulgado no X (antigo Twitter), expõe a crescente tensão interna no PL de Santa Catarina, especialmente em torno da possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado.
Na mensagem, Eduardo afirmou que “este não é um post que gosto de fazer” e disse ter tentado resolver o impasse de forma reservada antes de se manifestar publicamente. Ele ressaltou que o ex-presidente Jair Bolsonaro lidera um movimento político responsável por projetar diversos nomes da direita brasileira nos últimos anos.
“Por anos, com base em sua personalidade e visão, ele projetou eleitoralmente diversos nomes em cargos espalhados pelo país”, escreveu o parlamentar.
Eduardo recordou que Campagnolo buscou apoio do grupo Bolsonaro no início de sua carreira e afirmou que o compromisso assumido incluía reconhecer essa liderança. Segundo ele, é “inaceitável que ela se sinta no direito de questionar a conveniência da escolha de quem viabilizou a sua carreira política”.
O deputado classificou as declarações da colega como “totalmente inaceitáveis” e acusou a deputada de agir com “tremenda injustiça”, aplicando critérios que “jamais usou para si mesma”. Ele também mencionou que apoiou a candidatura de Campagnolo em 2018, quando ela enfrentava resistência por ter alterado o domicílio eleitoral — o mesmo tipo de questionamento agora dirigido a Carlos Bolsonaro.
“Há duas vagas ao Senado e a liderança do presidente, que merece nosso respeito, escolheu Carlos para uma delas”, escreveu Eduardo. “A avaliação final deve ser feita pelo eleitor catarinense, sem vetos internos antecipados.”
No encerramento, o deputado pediu moderação e defendeu que as divergências sejam resolvidas internamente, para evitar desgaste público e preservar alianças locais. A carta, publicada nas redes sociais, repercutiu amplamente entre apoiadores e expôs o racha dentro do PL catarinense em torno da sucessão ao Senado.

