Após consagrações em sua première nacional no Festival do Rio (onde venceu nas categorias Melhor Longa-Metragem Documentário e Melhor Trilha Sonora Original, composta pelo músico Plínio Profeta) e em sua passagem por São Paulo na programação do 33º Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade (onde conquistou o Coelho de Prata [Prêmio do Público] de Melhor Longa Nacional e uma Menção Honrosa do Júri na categoria de Melhor Longa-Metragem), “Apolo” chega ao circuito exibidor nesta quinta-feira, 27 de novembro. São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Balneário Camboriú são as cidades com sessões confirmadas. A classificação indicativa é de 12 anos. Em São Paulo haverá Debate Folha com as diretoras e também Lourenzo Duvale, no Espaço Petrobras de Cinema dia 01/12, às 19h30, e dia 13/12 haverá sessão com debate no CCSP dentro do Circuito SPCine, também com presença das diretoras.
“Apolo” acompanha a jornada de uma família onde o pai está dando à luz e a sociedade não está preparada para isso. Enquanto acompanhamos a gestação de Apolo, refletimos sobre os diferentes dramas de um casal transgênero: Isis Broken e Lourenzo Gabriel.
A atriz e agora cineasta Tainá Müller estreia na direção de longas-metragens com este projeto. “Durante meu tempo como repórter da MTV, sempre buscava trazer alguma poesia para as reportagens que fazia sobre música, mas os vinte anos que me dediquei inteiramente à carreira de atriz acabou deixando para trás essa minha raiz no audiovisual. Durante a pandemia foi justamente quando essa inquietação de contar histórias de forma mais autoral voltou a ‘bater na minha porta’”, conta Tainá.
A atriz e artista musical Isis Broken, além de personagem, celebra sua estreia dirigindo no cinema, que categoriza como desafiadora: “Todos os momentos tiveram suas particularidades e dificuldades, porque estávamos expondo a nossa família, que vivia um preconceito muito grande. Apesar de tudo, sabíamos que não estávamos sozinhes, tínhamos amor, coragem e o apoio de muitas pessoas que acreditam na luta por respeito e dignidade”, relembra Isis.
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Para ambas, “Apolo” também foi motivador em contribuir para lidar com assuntos que nem sempre ganham protagonismo no debate social. Segundo Isis, “as pautas sobre famílias transcentradas, sobre maternidade e paternidade trans, precisam ser visibilizadas. É difícil, mas é também uma forma de resistência e de construção de um futuro mais justo”.
Já para Tainá, “a entidade ‘família’ é um conceito capturado no mundo inteiro hoje pela política, pois entenderam que em um mundo fragmentado, é onde as pessoas se fortalecem. Mas há uma distorção que tenta limitar esse conceito a uma caixinha de ‘normatividade’ e acho que ‘Apolo’ vem para mostrar que outros modelos familiares não só são possíveis, como merecem igual respeito”.
“Apolo” é produzido pela Capuri, Puro Corazón e Biônica Filmes, esta última também distribuidora do filme, e tem apoio do Grand Mercure Copacabana. Realização Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo.
PROGRAMAÇÃO
Em São Paulo, a exibição acontece no Espaço Petrobras de Cinema, na sala 4, diariamente às 18h. A programação inclui duas sessões especiais: no dia 29 de novembro, às 10h30, ocorre a sessão Clube do Professor com a presença de Isis, Tainá e Lourenzo; e no dia 1º de dezembro, às 19h30, acontece o Debate Folha, também com Isis, Tainá e Lourenzo, na sala 1.
No Rio de Janeiro, o longa será exibido no Estação Net Botafogo, com sessões diárias às 17h50, na sala 3. Já em Balneário Camboriú, o filme entra em cartaz no Arthousebc, com sessões nos dias 27 e 29 de novembro, às 19h35, e nos dias 28 e 30 de novembro, às 16h. Em Manaus, o Cine Casarão recebe a obra com quatro sessões: 27 de novembro, às 20h; 28 de novembro, às 15h30; 29 de novembro, às 18h20; e 30 de novembro, às 19h50.
SINOPSE OFICIAL
Enquanto acompanhamos a gestação de Apolo, refletimos sobre os diferentes dramas de um casal transgênero: Isis Broken e Lourenzo Gabriel. O pai está dando à luz e a sociedade não está preparada para isso.
FICHA TÉCNICA
Produção: Capuri, Biônica Filmes e Puro Corazón
Produtores: Bianca Villar, Eduardo Rezende, Fernando Fraiha, Henrique Sauer, Karen Castanho, Tainá Müller e Thiago Mascarenhas
Produtores Associados: João Macedo, Plínio Profeta
Direção: Tainá Müller e Isis Broken
Argumento e Idealização: Tainá Müller
Roteiro: Tainá Müller, Tatiana Lohmann, Isis Broken, Lourenzo Duvale
Direção de Fotografia: Nico Mascarenhas
Montagem: Tatiana Lohmann
Som Direto: Clara Cavalcante, Gustavo Ruggeri, Juliana Chotte, Isis Araújo
Supervisão de Edição de Som: Miriam Biderman, ABC
Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis, ABC
Música Original: Plínio Profeta
Coordenação de Pós-produção: Beto Bassi
Colorista: Samanta do Amaral, ABC, DAFB
Produção Executiva: Isa Colombo, Denise Fait
Produção de Distribuição: Barbara Sturm
Distribuição: Biônica Filmes
Ano de Produção: 2025
Gênero: Documentário
Duração: 82 minutos
Classificação Indicativa: 12 anos
Tainá Müller | Direção
Tainá Müller é atriz, cineasta e jornalista formada pela PUC-RS. Começou a carreira como modelo internacional e, antes de se dedicar integralmente à atuação, trabalhou como repórter da MTV, onde esteve à frente de matérias sobre música e comportamento. No cinema, participou de “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro” (2010) e conquistou prêmios com “Cão Sem Dono” (2007) e “As Mães de Chico Xavier” (2011). Participou de produções marcantes na televisão, como “Em Família” (2014, onde protagonizou, ao lado de Giovanna Antonelli, o primeiro casamento lésbico da televisão brasileira) e “Bom Dia, Verônica” (2020-2024). Em 2025, estreou na direção de longas-metragens com o documentário “Apolo”, ampliando sua trajetória artística também atrás das câmeras.
Isis Broken | Direção
Isis Broken é atriz e cantora sergipana, bisneta de coiteiro de Lampião e neta de repentista, cuja carreira une música, atuação e ativismo. Ganhou projeção com o videoclipe “Clã”, gravado em celular e vencedor de mais de 27 prêmios no Brasil e no exterior, incluindo o Festival de Cinema de Vitória e o MVF. Na televisão, estreou como Mateusa em “Histórias Impossíveis” (Globoplay) e alcançou grande destaque em 2024 na novela “No Rancho Fundo”, da TV Globo, interpretando Corina Castello, personagem que marcou um momento histórico para artistas trans. Também é mãe de Apolo, filhe fruto de um relacionamento transcentrado, experiência que inspirou um documentário em co-direção com Tainá Müller. Em 2025, lançou o álbum “Orquestra Sinfônica das Cachorras de Rua” e gravou seu primeiro longa, “Borda do Mundo”, previsto para 2026.




