Alianças

ABDI e Huawei firmam parceria para impulsionar inovação e economia digital no Brasil

Acordo prevê projetos em 5G, inteligência artificial e apoio a startups para fortalecer a Indústria 4.0

Helena Duarte - Diário Carioca
por
Helena Duarte
Jornalista especializada em política e economia nacional e internacional
Divulgação

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Huawei, gigante chinesa de tecnologia, firmaram nesta sexta-feira (10) um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) voltado à promoção da inovação e da transformação digital no Brasil.

A assinatura ocorreu durante o Festival Curicaca, novo evento nacional de tecnologia e inovação realizado em Brasília, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras, por meio da Lei de Incentivo Cultural.

O acordo, assinado pelo presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, e pelo presidente de Relações Públicas e Institucionais da Huawei no Brasil, Fred Xuhongbo, prevê ações estratégicas para impulsionar o uso de tecnologias da Indústria 4.0 no setor produtivo. Entre as iniciativas estão projetos-piloto em 5G, inteligência artificial e internet das coisas (IoT), além de capacitação de profissionais e apoio a startups. O objetivo é aumentar a eficiência industrial, fortalecer o ecossistema de inovação e promover a integração entre governo, academia e empresas.

Cooperação tecnológica e formação de talentos

Cappelli destacou a importância da parceria e relembrou sua visita à sede da Huawei em Shenzhen, na China.

“Foi impressionante ver de perto o que os chineses estão fazendo em inovação, inteligência artificial e cloud. Esse acordo nos traz a oportunidade de integração e de troca de experiências e tecnologias que abrirão novas possibilidades para os brasileiros e para a juventude do país”, afirmou.

Já Fred Xuhongbo ressaltou que a cooperação representa um passo importante para o fortalecimento da economia digital brasileira.

“O Brasil está aprendendo a desenvolver uma economia digital, a formar talentos locais e ecossistemas tecnológicos. Muitas empresas locais podem crescer nos próximos anos. Talvez, no futuro, o país tenha suas próprias versões da AWS, da Microsoft ou da Huawei. Esse é o nosso objetivo”, disse.

O executivo também destacou o potencial de Brasília como polo tecnológico, defendendo maiores investimentos em educação e formação em áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

“Na China, mais de dez milhões de estudantes se formam por ano, e mais da metade é de STEM. No Brasil, são cerca de 46 mil. Se incentivarmos mais jovens a seguir essas áreas, poderemos fortalecer universidades e criar um ecossistema próprio de inovação”, completou.

Festival Curicaca reconhece talentos e impulsiona inovação

Durante o evento, a Huawei anunciou os vencedores da Huawei Developer Competition, principal competição da Huawei Cloud para desenvolvedores de TIC, que desafia equipes a criar soluções tecnológicas para problemas reais.
As equipes brasileiras conquistaram o primeiro lugar nas duas trilhas da competição — Inteligência Artificial e Soluções Digitais — consolidando a liderança do país em inovação na América Latina.

O diretor de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico da ABDI, Carlos Geraldo, elogiou a qualidade dos projetos e a colaboração entre países.

“Quero agradecer especialmente aos colegas do Peru e do México. O que vocês trouxeram é muito importante e inspira novas possibilidades de cooperação”, afirmou.

Também participaram da assinatura e da premiação representantes da Huawei no Brasil e a pró-reitora acadêmica da Universidade Católica de Brasília (UCB), Silvia Kelly.


Festival Curicaca: o novo polo de inovação do Brasil

Batizado em homenagem à ave símbolo do Cerrado, conhecida por anunciar mudanças, o Festival Curicaca nasce com o propósito de reposicionar o Distrito Federal como o epicentro da inovação industrial brasileira.

Inspirado no formato do norte-americano South by Southwest (SXSW), o festival leva conteúdos e experiências para diversos pontos de Brasília, promovendo imersão em criatividade, tecnologia e cultura.

Com expectativa de reunir 100 mil pessoas em cinco dias, o evento conta com circuitos de startups, experiências sensoriais, gastronomia, exposições, games e shows, além de dez trilhas de conhecimento alinhadas às seis missões da Nova Indústria Brasil (NIB).

Os principais palcos do evento incluem:

  • Palco NIB Petrobras: debates sobre o futuro do Brasil, descarbonização, robótica e economia criativa, com nomes como Mariano Gomide (VTEX) e Verena Paccola (Forbes Under 30).
  • Palco Futuro (Sebrae): aborda o impacto da revolução tecnológica no trabalho e na sociedade, com Samuraí Brito (Itaú) e Maria Paula (atriz e mestra em saúde mental).
  • Palco Indústria (BNDES): discute liderança digital, mobilidade e combate à desinformação, com Mariana Vasconcelos (Agrosmart), Camila Achutti (Mastertech) e Daniel Balaban (ONU).
  • Palco Inovação (Finep): apresenta cases de startups e empresas que transformam pesquisa em impacto real.
  • Palco Petrobras Cultural: celebra a força da cultura brasileira com espetáculos e experiências imersivas.

O Festival Curicaca tem patrocínio cultural da Petrobras, por meio da Lei Rouanet, e apoio de instituições como BNDES, Sebrae, CNI, Senai, Finep, Embrapii, Embrapa, Huawei, Universidade Católica de Brasília, UnB, IFB, P&D Brasil, MEC, MDIC e Ministério da Fazenda.

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Jornalista especializada em política e economia nacional e internacional