Há quem diga que a sorte gosta de brincar com a matemática. Desde 2009, quando a Mega da Virada fez sua estreia no réveillon brasileiro, o que não faltam são histórias de apostas que mudaram vidas e outras tantas que alimentaram o sonho por mais um ano. Com prêmios cada vez mais altos e milhões de brasileiros envolvidos, esse concurso especial da Mega-Sena virou tradição, expectativa e, claro, estatística.
Para se ter ideia, analisando o Resultado da Mega da Virada das 16 edições realizadas até 2024, nenhuma vez o prêmio principal ficou acumulado. Pela regra, se ninguém acerta os seis números, o valor é repassado para quem faz a quina. Só que isso nunca aconteceu. Em todas as vezes, pelo menos duas apostas levaram a bolada. E já teve de tudo: em 2020 e 2021, dois sortudos dividiram sozinhos prêmios gigantescos; em 2018, foram 52 ganhadores de uma só vez.
Agora, se a gente for pensar bem, tem umas curiosidades que chamam atenção. O número 10, por exemplo, já apareceu cinco vezes — um verdadeiro veterano da sorte. Já os números 05 e 33 foram sorteados quatro vezes cada. Outros, como 07, 08, 09 e 13, nunca deram as caras até hoje, pelo menos até a edição de 2024. E tem mais: o 19, que nunca havia aparecido, estreou justamente na virada mais recente.
Bilhões em jogo e uma conta que não para de crescer
Em 2009, o prêmio principal ficou na casa dos R$ 144 milhões. Em 2024, chegou ao recorde histórico de R$ 635,5 milhões. É grana suficiente para mudar a vida de muita gente — e foi o que aconteceu com os oito ganhadores daquele ano, que embolsaram mais de R$ 79 milhões cada.
Mas nem todo bilhete premiado tem final feliz. Em 2020, uma das duas apostas vencedoras simplesmente não foi resgatada. Mais de R$ 162 milhões deixados para trás — que, por lei, foram destinados ao FIES, programa de financiamento estudantil.
Frequências, padrões e… acaso
Entre 2009 e 2024, 96 dezenas diferentes foram sorteadas (sem contar repetições dentro do mesmo ano, que não existem por regra). A divisão por faixas numéricas foi quase equilibrada: 35 saíram do grupo de 1 a 20, 32 entre 21 e 40, e 29 da faixa 41 a 60. Nada muito fora da curva, o que reforça a ideia de aleatoriedade pura.
Já quando o papo é sobre números pares e ímpares, o equilíbrio também se mantém. Foram 50 pares contra 46 ímpares ao longo dos anos. Em sete edições, o padrão foi de três pares e três ímpares. Em outras, o placar ficou 4 a 2 — tanto para um lado quanto para o outro. Em 2024, por exemplo, o resultado foi quase todo ímpar: cinco ímpares e só um número par.
Números consecutivos e repetições: mito ou realidade?
Tem gente que evita jogar sequências por achar improvável que saiam juntas. Só que a Mega da Virada já mostrou o contrário algumas vezes. Em seis edições diferentes, pelo menos um par de dezenas consecutivas apareceu. Casos como 03 e 04 (em 2011), 32 e 33 (em 2012 e novamente em 2021), ou até 58 e 59 (em 2022) mostram que não dá para duvidar de nada.
Além disso, dezenas que saíram em um ano reapareceram no seguinte. O 36, por exemplo, brilhou por três anos seguidos: 2011, 2012 e 2013. Já o número 10 emendou aparições em 2009 e 2010.
No fim das contas, o que se pode afirmar com certeza é que não existe fórmula mágica. A cada ano, novas combinações surgem, velhos números voltam à tona e milhões de brasileiros seguem tentando a sorte.
Que venham os próximos sorteios. E que a sorte — essa velha conhecida — continue surpreendendo.


