terça-feira, setembro 23, 2025
21.8 C
Rio de Janeiro
InícioEconomiaChina propõe ampliar comércio com Brasil após tarifa dos EUA
Ampliação

China propõe ampliar comércio com Brasil após tarifa dos EUA

Governo chinês quer fortalecer relações com o Brasil diante da escalada tarifária dos Estados Unidos

Brasília, 28 de julho de 2025 – A China sinalizou que pretende aprofundar o comércio com o Brasil e reforçar laços dentro do Brics, após os Estados Unidos anunciarem a iminência de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O posicionamento foi confirmado nesta segunda-feira (28), em Pequim, pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun.


Pequim busca parceiros diante da escalada tarifária dos EUA

Durante coletiva à imprensa, Guo Jiakun declarou que o governo chinês está disposto a ampliar a cooperação com países da América Latina, especialmente com o Brasil, para fortalecer o sistema de comércio multilateral liderado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A declaração foi vista como resposta direta à ameaça dos Estados Unidos, que devem oficializar um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros a partir de sexta-feira, dia 1º de agosto.

“O objetivo é defender a justiça e a equidade internacional com base nas regras da OMC”, afirmou o diplomata. A fala reforça a estratégia da China de se consolidar como contraponto à política comercial agressiva adotada pelo governo norte-americano.


Cooperação no setor de aviação é destaque

Ao ser questionado sobre a possibilidade de absorver parte dos produtos brasileiros hoje vendidos aos Estados Unidos, como os aviões da Embraer, Guo Jiakun foi enfático: “A China valoriza a cooperação pragmática com o Brasil na aviação e em outros setores, e está disposta a promovê-la com base em princípios de mercado”.

A sinalização ocorre em um momento de incerteza comercial, no qual Pequim tenta diversificar seus fornecedores e garantir acesso a tecnologias estratégicas. A Embraer, tradicional parceira dos norte-americanos, pode emergir como peça-chave no novo arranjo comercial sino-brasileiro.


Disputas entre China e EUA interferem no cenário global

O porta-voz também abordou as negociações comerciais entre China e Estados Unidos, em curso até esta terça-feira (29) em Estocolmo, na Suécia. O tom diplomático adotado por Guo visou reduzir tensões: “Com base na igualdade, respeito e reciprocidade, buscaremos aprimorar o consenso e reduzir mal-entendidos”, declarou.

Perguntado sobre a possibilidade de aceitar acordos semelhantes ao estabelecido entre EUA e União Europeia, que fixou tarifas de 15% e gerou descontentamento, o governo chinês reforçou a defesa de soluções pacíficas e negociadas. “A China sempre defendeu que as diferenças econômicas sejam resolvidas por meio do diálogo e da consulta em igualdade de condições”, afirmou.


Xi Jinping e Trump ainda dialogam, mas sem avanço prático

A coletiva de imprensa também abordou as recentes conversas entre os chefes de Estado. Segundo Guo Jiakun, há expectativa de que os compromissos assumidos entre Xi Jinping e Donald Trump, em telefonema realizado em junho, sejam cumpridos.

Questionado sobre a suspensão de medidas de controle de exportação chinesas, citadas pelo Financial Times, o porta-voz evitou confirmar qualquer flexibilização concreta por parte de Pequim. Também não houve confirmação de que os Estados Unidos tenham interrompido suas próprias restrições comerciais.


O endurecimento tarifário do governo norte-americano expõe não apenas o isolamento político dos Estados Unidos, mas também a disposição da China em ocupar espaços estratégicos na América Latina. O Brasil, diante da escalada protecionista e da fragilidade diplomática com Washington, se vê cada vez mais dependente do pragmatismo de Pequim. A agenda internacional do país precisa responder com clareza a esse reposicionamento global.


Perguntas frequentes (FAQ)

Qual o impacto das tarifas dos EUA sobre o Brasil?
A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos deve afetar significativamente as exportações brasileiras, especialmente de setores como aviação e alimentos processados.

Como a China pretende ampliar o comércio com o Brasil?
A China sinalizou interesse em fortalecer a cooperação bilateral em setores estratégicos, como aviação, agricultura e energia, dentro de um marco multilateral baseado na OMC.

Quais produtos brasileiros interessam à China?
Além de aeronaves da Embraer, Pequim mira commodities como soja, carnes, café e equipamentos industriais.

O Brasil pode se beneficiar desse novo alinhamento?
Sim, especialmente se souber negociar acordos que preservem sua autonomia e ampliem sua presença nos mercados asiáticos sem se submeter a dependência exclusiva.

O que muda no cenário global com essa tensão entre China e EUA?
A disputa acelera a reorganização das cadeias produtivas e coloca o Brasil diante de uma escolha estratégica entre dependência e soberania comercial.

Parimatch Cassino online
Redacao
Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

Relacionadas

Governo Lula cria linha de crédito para liquidar dívidas de produtores rurais prejudicados por eventos adversos

Resolução que oficializa a medida foi publicada nesta segunda-feira (22/9) no Diário Oficial da União

Conab adquire 26 mil toneladas de milho para abastecimento dos estoques públicos

Cereal será destinado para o atendimento do Programa de Venda em Balcão (ProVB)

Dólar perde força, peso argentino despenca e Real é a 5ª moeda que mais valorizou em 2025

Dólar perde força global; peso argentino lidera perdas entre moedas e Ibovespa cresce 20,96%

SIMPLES NACIONAL: Empresários pedem atualização urgente do teto do MEI para R$ 144,9 mil

Tabela do Simples Nacional está congelada desde 2018 e já acumula defasagem de 83%, afetando diretamente a competitividade de milhões de pequenos negócios

Reforma tributária: após aprovação na CCJ, texto segue para o plenário do Senado

Regulamentação cria Comitê Gestor do IBS e traz ajustes em alíquotas, benefícios e multas

Mais Notícias

Assuntos:

Mais Notícias