São Paulo, 22 de julho de 2025 — A chegada da UnionPay ao Brasil em 2025 marca um novo capítulo no mercado nacional de pagamentos. Com mais de 150 milhões de cartões emitidos globalmente, a bandeira chinesa vai operar em parceria com a fintech Left (Liberdade Econômica em Fintech), com foco na função crédito, integração ao Pix e adesão progressiva ao varejo. A expectativa é atingir cerca de 70% do comércio brasileiro.
Crédito, Pix e cobertura nacional
A UnionPay iniciará sua atuação no Brasil oferecendo cartões de crédito ainda em 2025. Em seguida, pretende integrar suas transações ao sistema Pix, do Banco Central. Em parceria com as empresas Stone e Saque e Pague, o plano é adaptar mais de 1.500 caixas eletrônicos e ampliar a aceitação da bandeira em todo o país.
Plataforma social será diferencial
Um dos pilares do modelo da UnionPay no Brasil será o impacto social. A Left irá desenvolver uma plataforma para que parte das taxas de transação seja destinada a projetos sociais escolhidos pelos usuários. O sistema terá relatórios transparentes e acesso público, diferenciando-se das práticas atuais de Visa e Mastercard.
Origem e expansão global
A UnionPay foi criada em 26 de março de 2002, com autorização do Banco Popular da China (PBOC). A iniciativa integrou bancos estatais como o Banco da China, o China Construction Bank e o ICBC. Desde então, a empresa passou a atuar em 180 países e, em 2015, superou suas concorrentes em volume global de pagamentos com cartões.
Participação geopolítica e sistema CIPS
Mais de 99% das transações da UnionPay ocorrem ainda no mercado chinês, mas a empresa tem ganhado relevância internacional desde 2022, após absorver parte das operações de bancos russos excluídos de Visa e Mastercard por sanções. A empresa opera pelo sistema CIPS (Cross-Border Interbank Payment System), alternativa chinesa ao SWIFT.
Comparativo entre as principais bandeiras de cartão
Indicador | UnionPay | Visa | Mastercard |
---|---|---|---|
País de origem | China | Estados Unidos | Estados Unidos |
Ano de fundação | 2002 | 1958 | 1966 |
Controle | Estatal | Privada (NYSE: V) | Privada (NYSE: MA) |
Presença internacional | 180 países | 200+ países | 210+ países |
Volume de pagamentos (2023) | US$ 19 tri (est.) | US$ 14 tri | US$ 9 tri |
% fora do país de origem | ~0,5% | ~55% | ~60% |
Receita líquida (2024) | Não divulgada | US$ 35,9 bi | US$ 28,17 bi |
Lucro líquido (2024) | Não divulgado | US$ 19,74 bi | US$ 12,87 bi |
Sistema de pagamentos | CIPS | SWIFT | SWIFT |
Entenda as críticas do setor financeiro sobre a chegada da UnionPay
Por que a chegada da UnionPay preocupa bancos e operadoras? A combinação entre controle estatal, baixa margem de lucro e forte integração com infraestrutura digital nacional pode alterar o equilíbrio do mercado e pressionar margens das concorrentes.
Quais são os desafios regulatórios para a bandeira chinesa? A empresa precisará se adequar a normas do Banco Central, regras de proteção de dados e integração bancária local. Especialistas apontam que o modelo estatal pode enfrentar resistência de stakeholders tradicionais.
A inserção da UnionPay tem motivação geopolítica? Sim. A expansão da UnionPay faz parte de uma estratégia chinesa para reduzir dependência de sistemas financeiros controlados pelos Estados Unidos.
O modelo social de transações é viável? Analistas apontam que o apelo social pode conquistar parte dos consumidores, mas a sustentabilidade do modelo dependerá da adesão ampla do varejo e apoio institucional.
Expansão com impacto estratégico
A entrada da UnionPay no Brasil insere o país em uma nova disputa global por infraestrutura de pagamentos. A parceria com a fintech Left, a aposta em integração com o Pix e a proposta de impacto social posicionam a bandeira como um ator relevante. Autoridades regulatórias e operadoras locais deverão acompanhar atentamente os próximos passos.