O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) surge como peça central no relatório da Polícia Federal que indiciou ele e o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por coação no curso de processo judicial. Segundo a investigação, Eduardo tentou manipular autoridades dos Estados Unidos para favorecer interesses pessoais e proteger a família, demonstrando receio de que suas ações chegassem ao conhecimento do presidente Donald Trump.
Mensagens revelam temor e conluio
Em mensagens obtidas pela PF, Eduardo alerta Jair Bolsonaro a evitar declarações que pudessem irritar Trump ou minar sua influência em Washington. “Torce para a inteligência americana não levar isso aqui ao conhecimento do Trump”, escreveu em conversa acompanhada de uma imagem não recuperada pelos peritos. O deputado ainda expressou medo de que Trump pudesse “esquecer o Brasil”, reforçando sua dependência política do apoio do republicano.
Estratégia internacional contra o STF
O relatório sustenta que Eduardo e Jair Bolsonaro atuaram conscientemente para convencer autoridades norte-americanas a agir contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e impor sanções ao Brasil.
A manobra, considerada criminosa pela PF, tinha como objetivo paralisar ações penais em curso e proteger interesses pessoais da família Bolsonaro.
Provas robustas da PF
Segundo o documento, pai e filho deixaram registros claros de sua tentativa de induzir o governo dos EUA em erro.
A investigação detalha que Eduardo manifestava preocupação com eventual mudança no cenário jurídico, mesmo quando Jair Bolsonaro ainda não enfrentava risco imediato de prisão.
Para os investigadores, a atuação configurou pressão internacional orquestrada, com consciência plena das consequências para a soberania brasileira.
Próximos passos no STF
O relatório segue agora para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre nova denúncia contra Jair e Eduardo Bolsonaro ao STF.
Caso seja compartilhado com autoridades norte-americanas, o documento poderá revelar as tentativas explícitas de enganar Washington, exatamente o temor manifestado por Eduardo em suas mensagens.

