São Paulo – A Universidade de São Paulo (USP) está conduzindo um processo disciplinar que visa a expulsão de cinco estudantes acusados de antissemitismo após um ato pró-Palestina realizado em 2023. A pró-reitoria de graduação iniciou o procedimento em novembro passado, e o caso deve ser concluído até o próximo mês, segundo informações da Folha de S.Paulo.
A acusação surgiu quando os estudantes distribuíram um panfleto durante uma assembleia em outubro de 2023, no qual chamavam o governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, de “fascista, colonialista e racista”. O documento descrevia a invasão do Hamas a Israel como um evento “histórico” e criticava o que chamaram de “genocídio” na Faixa de Gaza.
Relatório e Ação Disciplinar na USP
Após o episódio, o centro acadêmico divulgou uma nota pedindo desculpas e explicando que o documento foi elaborado pelo grupo Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino. Mesmo assim, a coordenadora do curso de Ciências Moleculares, Merari de Fátima Ramires Ferrari, elaborou um relatório no qual solicitava punições aos envolvidos, argumentando que os estudantes violaram o Código de Ética da USP ao promover discurso de ódio.
O pró-reitor adjunto de graduação da USP, Marcos Garcia Neira, aceitou a denúncia e iniciou o processo contra cinco estudantes. Dos acusados, dois são suspeitos de redigir o panfleto, enquanto os outros três são acusados de compartilhar conteúdo antissemita nas redes sociais.
Defesa dos Estudantes e Acusações de Perseguição
Os estudantes alegam que estão sendo perseguidos pela universidade devido às suas posições pró-Palestina. A defesa dos acusados declarou que considera o processo uma tentativa de inibir o movimento na USP. “Entendemos que esse processo é uma tentativa de ‘fazer exemplo’ e barrar movimentos pró-Palestina da USP que buscam denunciar o genocídio em curso e questionar a narrativa de que se trata de uma guerra entre dois lados equilibrados”, afirmam os advogados dos estudantes.
LEIA TAMBÉM
- Israel lança panfletos em Gaza com imagem de líder morto do Hamas
- Na ausência do Estado, ativistas informam a periferia sobre o coronavírus
- USP prevê retomada de aulas presenciais apenas em 2021
- USP desenvolve teste de materiais para construção de máscaras
- USP retoma aulas presenciais para imunizados dia 4 de outubro
Perguntas Frequentes sobre o Caso de Antissemitismo na USP
Por que a USP iniciou um processo contra os estudantes?
A USP acusa os estudantes de promover discurso de ódio e violar o Código de Ética ao distribuir material com conteúdo considerado antissemita.
O que motivou o panfleto distribuído pelos alunos?
Os estudantes divulgaram o panfleto durante uma assembleia, com críticas ao governo de Israel e apoio ao povo palestino, em resposta a mensagens de apoio ao Exército de Israel.
Qual é a posição da defesa dos estudantes?
A defesa alega que o processo visa silenciar os movimentos pró-Palestina dentro da USP.
Qual é o próximo passo no processo disciplinar?
O caso está em andamento e deve ser concluído até o próximo mês, segundo informações da USP.