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Em aro por Vladimir Herzog, ministra do STM alerta contra o retorno do autoritarismo: “Não podemos permitir que a ditadura retorne”

Cinco décadas após morte de Vladimir Herzog, ato na Catedral da Sé reúne autoridades em defesa da democracia

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Cinco décadas após morte de Vladimir Herzog, ato na Catedral da Sé reúne autoridades em defesa da democracia - © Paulo Pinto/Agência Brasil

Cinquenta anos após o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, a Catedral da Sé, em São Paulo, voltou a ser palco de um ato em defesa da democracia e dos direitos humanos. A cerimônia inter-religiosa, realizada neste sábado (25), reuniu familiares de vítimas da ditadura, artistas, autoridades, religiosos e políticos.

Organizado pelo Instituto Vladimir Herzog e pela Comissão Arns, o evento recriou o histórico culto ecumênico de 1975, que marcou a resistência ao regime militar. Entre orações e apresentações musicais, o público ergueu cartazes pedindo “sem anistia”, em referência aos crimes da ditadura ainda sem julgamento.


Ministra do STM alerta contra o retorno do autoritarismo

Durante a cerimônia, a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, do Supremo Tribunal Militar (STM), afirmou que o país não pode permitir o retorno da ditadura e que o autoritarismo ainda assombra o Brasil.

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“Estamos aqui, todas as gerações, para honrar a memória de Vladimir Herzog, que lutou pela liberdade no Brasil. Significa que não podemos permitir que a ditadura retorne. Temos que lutar por um Estado Democrático de Direito incessantemente, porque, lamentavelmente, o autoritarismo nos assombra mesmo em tempos em que imaginávamos consolidada a democracia”, declarou.

Maria Elizabeth Rocha é a primeira mulher a presidir o STM, cargo que ocupa desde março deste ano. Única mulher entre os 15 ministros da corte, ela ganhou destaque por ter votado pela manutenção da prisão dos militares envolvidos na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, alvejado com 80 tiros no Rio de Janeiro em 2019.


Cerimônia ecumênica homenageia Herzog e relembra ato histórico de 1975

O ato na Sé foi conduzido pelo arcebispo Dom Odilo Scherer, o rabino Uri Lam e a pastora Anita Wright, filha do reverendo Jaime Wright, que celebrou a missa original de 1975 ao lado de Dom Paulo Evaristo Arns e Henry Sobel.

A cerimônia reuniu centenas de pessoas e contou com falas em defesa da liberdade, da justiça e do direito à verdade.

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“O culto de 1975 foi um marco da resistência civil contra a ditadura. Este ato reafirma que a memória de Herzog permanece viva e que a democracia precisa ser defendida todos os dias”, declarou um dos organizadores durante o evento.


Autoridades presentes e repercussão política

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também compareceu à homenagem. Em conversa com jornalistas, comentou sobre a agenda internacional do governo e o próximo encontro entre Lula e Donald Trump, previsto para a semana seguinte na Malásia.

“O presidente Lula disse que não há tema proibido com Trump”, afirmou Alckmin.

O assassinato de Vladimir Herzog, em 1975, nas dependências do DOI-CODI, foi forjado como suicídio pelo regime militar e tornou-se símbolo da resistência democrática. O ato deste sábado reafirmou o compromisso das instituições com a memória, a verdade e a justiça.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.