Histórico

Caio Bonfim conquista ouro histórico no Mundial de Atletismo em Tóquio

Brasileiro de 34 anos vence os 20 km da marcha atlética e se torna o atleta nacional com mais medalhas em Mundiais.

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Caio Bonfim conquista ouro inédito, sua quarta medalha em Mundiais(foto: Fernanda Paradizo/CBAt)

O brasileiro Caio Bonfim, de 34 anos, entrou para a história do esporte neste sábado (20), ao conquistar o ouro nos 20 km da marcha atlética no Mundial de Atletismo, em Tóquio.

Além da façanha inédita, o atleta protagonizou uma cena curiosa: perdeu a aliança de casamento durante a prova e usou a vitória como pedido de perdão à esposa, Juliana.

“Minha aliança caiu no terceiro quilômetro. Pensei: ‘Minha esposa só vai me perdoar se eu conseguir o ouro’”, contou emocionado ao SporTV.


Prova de superação e estratégia

Bonfim iniciou a corrida no segundo pelotão, economizando energia nos primeiros quilômetros. Aos poucos, ganhou ritmo e ultrapassou adversários fortes, como o espanhol Paul McGrath e o chinês Wang Zhaozhao.

A virada decisiva aconteceu quando o japonês Toshikazu Yamanishi, favorito ao título, foi punido em dois minutos por irregularidades técnicas. O brasileiro assumiu a liderança já dentro do Estádio Nacional de Tóquio, recebendo aplausos da torcida.

Caio Bonfim, na cerimônia de premiação: lugar mais alto do pódio, ouro e 4ª medalha em Mundiais (foto: Fernanda Paradizo/CBAt)
Caio Bonfim, na cerimônia de premiação: lugar mais alto do pódio, ouro e 4ª medalha em Mundiais – Foto: Fernanda Paradizo/CBAt

Legado e recordes

Com a medalha de ouro, Caio Bonfim se tornou o terceiro brasileiro campeão mundial de atletismo, ao lado de Fabiana Murer (salto com vara, 2011) e Alison dos Santos, o Piu (400 m com barreiras, 2022).

Ele também passou a ser o brasileiro com mais medalhas em Mundiais, somando quatro conquistas:

  • Bronze (2017, Londres);
  • Bronze (2023, Budapeste);
  • Prata (35 km em Tóquio, 2025);
  • Ouro (20 km em Tóquio, 2025).

O marchador ainda soma a prata olímpica em Paris 2024, consolidando-se como um dos maiores nomes do atletismo nacional.


Família como combustível

Após a vitória, Caio destacou a importância da família. Ele recebeu diariamente mensagens da esposa Juliana durante o campeonato, sempre acompanhadas do emoji de medalha de ouro. A mãe e treinadora, Gianetti, também foi peça chave ao incentivá-lo a cada volta.

Mas foram os filhos que deram o impulso final. “Nas últimas duas voltas, pensei: ‘Os moleques estão lá sofrendo, mas vão sentir orgulho’. Dizia a mim mesmo: ‘Não se entrega, mais uma volta’”, contou emocionado.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.