O painel “Gastronomia Amazônica: Cultura, Território e Futuro” reuniu chefs do Pará e de outras regiões do Brasil para um debate aprofundado sobre o papel da culinária como vetor de sustentabilidade e transformação social. Moderada pela jornalista Priscilla Castro (TV Liberal), a conversa destacou que, para a Amazônia se revelar no prato, é preciso superar grandes desafios éticos e logísticos.
O chef e agricultor Leo Modesto (Maniua) foi enfático ao defender o direito das comunidades: “A gente não quer ser explorado. O papel do cozinheiro é gerir essas comunidades e desenvolver os produtos para que cheguem em outros locais, mas sem explorar quem se alimenta dessa fase familiar.” Ele destacou seu trabalho em unir o conhecimento técnico da academia com o saber empírico das comunidades para aprimorar a cadeia de valor.
A chef Morena Leite (Instituto Capim Santo) ampliou o debate para o cenário global, apontando que o discurso deve ir além da sustentabilidade e focar na regeneração. Ela trouxe o complexo desafio da “logística reversa” e a percepção externa da culinária brasileira, que ainda é vista como “cozinha nativa” no exterior, muitas vezes sem o devido reconhecimento de sua diversidade. “O trabalho de sustentabilidade é um trabalho interno nosso, dentro dos restaurantes, de entendermos que em primeiro lugar tem o ser humano,” afirmou.
Desenvolvimento e Conexão Global
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O painel, que também contou com a visão de negócios de Eduardo Ourívio (Investe Território e Grupo Trigo) e do chef e consultor Zeca Amaral, reforçou que o objetivo da gastronomia amazônica é se tornar um caminho de conexão com o território e de transformação social. A mesa concluiu que a força do ingrediente local e do conhecimento ancestral, aliada à inovação técnica, é a chave para construir uma economia sustentável que seja justa para o produtor e que projete a riqueza cultural da Amazônia para o mundo.




