Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (14) a suspensão da tarifa de 50% aplicada sobre café, carne, banana e açaí exportados pelo Brasil. A decisão impacta diretamente a pauta de exportações brasileiras, removendo o acréscimo tarifário que vinha encarecendo os produtos no maior mercado consumidor do mundo.
A tarifa de 50% havia sido aplicada anteriormente como cobrança adicional sobre as operações comerciais entre os dois países, gerando atrasos em embarques, cancelamentos de contratos e aumento de preços. Segundo fontes oficiais, a suspensão afeta exclusivamente o custo tarifário, sem alterar protocolos sanitários ou exigências logísticas para exportação.
O anúncio ocorreu após encontros diplomáticos, incluindo a reunião entre o senador Marco Rubio e o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, além do encontro anterior entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, realizado em outubro na Malásia. O diálogo abriu caminho para ajustes na política comercial norte-americana voltados à redução de tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros.
Impacto no mercado
O café brasileiro, responsável por cerca de um terço do consumo norte-americano, registrou exportações de US$ 1,96 bilhão em 2024, segundo dados da International Trade Administration, enquanto a Colômbia ocupou o segundo lugar, com US$ 1,48 bilhão. A imposição das tarifas recentes provocou alta nos preços: em setembro, o café teve o maior aumento mensal do século, avançando 3,6%, e em outubro ficou 19% mais caro em comparação a 2023.
A suspensão da tarifa deve facilitar o fluxo de exportações, reduzir estoques encalhados e favorecer a estabilidade de preços, beneficiando produtores brasileiros e consumidores nos Estados Unidos. Além do café, a medida também impacta setores como carne, banana e açaí, distribuídos em diferentes regiões brasileiras, e que dependem diretamente do mercado externo para manutenção de competitividade.
Perspectivas comerciais e diplomáticas
Analistas de comércio internacional apontam que a decisão fortalece as relações bilaterais e pode abrir caminho para novos entendimentos comerciais. A eliminação da cobrança adicional também evidencia a importância da diplomacia econômica, mostrando que negociações estratégicas podem reduzir barreiras e otimizar fluxos de exportação sem comprometer normas de segurança alimentar.

