Crueldade

Genocidas de Israel bombardeiam hospital e matam mais jornalistas em Gaza

Ataque em Khan Younis mata profissionais da imprensa e reforça crise humanitária no enclave

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Equipe de resgate na Faixa de Gaza (Foto: Reprodução/X/@Timesofgaza)

Um bombardeio israelense atingiu o Hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, deixando ao menos 20 mortos nesta segunda-feira (25), segundo o Ministério da Saúde local. Entre as vítimas, quatro jornalistas atuavam para veículos internacionais, incluindo Reuters, Associated Press e Al Jazeera.

O ataque ocorreu em doble tap, quando um primeiro míssil atinge o hospital e, minutos depois, um segundo atingiu equipes de resgate e jornalistas já presentes no local. Imagens registraram a explosão que interrompeu transmissões ao vivo, como a da Reuters operada pelo fotógrafo Hussam al-Marsi.


Profissionais da imprensa mortos

Confirmaram-se as mortes de:

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  • Hussam al-Marsi, repórter da Reuters
  • Hatem Khaled, fotógrafo da Reuters (ferido)
  • Mariam Abu Daqqa, repórter colaboradora da AP e The Independent Arabic
  • Mohammad Salama, fotógrafo da Al Jazeera
  • Moaz Abu Taha, jornalista local

Segundo a Al Jazeera, cinco outros jornalistas da emissora foram mortos em ataques israelenses em agosto, sem qualquer relação com o Hamas.


Condenação internacional e denúncias

O Escritório de Mídia do Governo de Gaza classificou o ataque como “crime horrendo contra profissionais da imprensa” e responsabilizou Israel, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França por apoiar o que chamou de genocídio.

A Al Jazeera repudiou o ataque, afirmando que há “clara intenção de enterrar a verdade” e reforçou que continuará a cobertura ao vivo do conflito, que já dura 23 meses.

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Organizações de direitos humanos, como Anistia Internacional, denunciaram o massacre de jornalistas em Gaza, alertando que nenhum outro conflito moderno registrou número tão alto de profissionais assassinados.


Vidas interrompidas e legado jornalístico

O fotógrafo Mohammad Salama havia se casado recentemente, e Mariam Abu Daqqa deixa um filho de 12 anos. A editora da AP, Abby Sewell, destacou:

“Ela foi uma verdadeira heroína, como todos os nossos colegas palestinos em Gaza.”

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O episódio ocorre duas semanas após a morte de outro repórter da Al Jazeera, Anas al-Sharif, e quatro colegas em frente ao Hospital al-Shifa. Ao todo, pelo menos 274 jornalistas palestinos foram mortos desde outubro de 2023, tornando o conflito o mais letal da história recente para profissionais da imprensa.


Contexto da ofensiva israelense

O Exército israelense confirmou o bombardeio, alegando não ter jornalistas como alvo. Tanques foram vistos próximos à fronteira e aviões intensificaram ataques em direção à Cidade de Gaza.

Segundo dados de Gaza, mais de 62 mil palestinos foram mortos desde 2023, a maioria mulheres e crianças. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant são alvo de mandados do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra.

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O professor de mídia Mohamed Elmasry, do Instituto de Pós-Graduação de Doha, declarou à Al Jazeera:

“Israel aprendeu que pode agir praticamente sem punição, mesmo diante de violação massiva dos direitos humanos.”


Impacto sobre a imprensa e cobertura do conflito

A escalada de violência evidencia, segundo especialistas e entidades de defesa da imprensa, uma tentativa sistemática de silenciar profissionais que reportam a destruição em Gaza. A falta de eletricidade e internet força jornalistas palestinos a transformarem hospitais em pontos de apoio para manter a cobertura.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.