Rio de Janeiro – A Grande Rio virou palco de mais um carnaval fora de época — e nada festivo.
A escolha de Virginia Fonseca como nova Rainha de Bateria da escola de samba acendeu o pavio da revolta entre fãs, foliões e internautas, que seguem protestando contra a presença da influenciadora, atualmente envolvida nas investigações da CPI das Bets, no posto mais simbólico da agremiação.
Enquanto isso, até Paolla Oliveira, que reinava no tamborim da escola até este ano, acabou puxada para o enredo da polêmica. Fãs da atriz pedem que ela intervenha e “impessa esse absurdo”, diante do que chamam de “premiação da suspeição”. A escolha de Virginia, revelada em matéria do colunista Leo Dias no dia 16, caiu como tamborim furado entre os admiradores do Carnaval carioca.
Escolha polêmica explode nas redes
A nomeação de Virginia Fonseca gerou uma enxurrada de comentários negativos nas redes sociais da Grande Rio. Nem mesmo a publicação de uma inocente feijoada de quadra escapou. Seguidores usaram o espaço para ironizar a decisão, relembrando o escândalo do jogo “Tigrinho” — que, curiosamente, tem até semelhança com a fantasia usada por Paolla Oliveira no desfile de 2024. “A Grande Rio é onça, não tigre”, disse um usuário, sintetizando o desconforto com a conexão entre Carnaval e jogos de azar.
Da quadra à CPI: o desfile atravessado de Virginia
Na mesma semana em que foi anunciada como Rainha, Virginia compareceu à CPI das Apostas Esportivas, no Senado Federal, onde tentou limpar sua imagem. A influenciadora é investigada por promover plataformas suspeitas de lesar apostadores — e ainda teria firmado contratos que previam bônus caso os jogadores perdessem dinheiro após usarem seu link de indicação.
Apesar de negar qualquer lucro sobre prejuízos alheios, a influencer já começa a sentir o baque: tem perdido seguidores e prestígio. O timing da escolha pela Grande Rio parece mais uma jogada de marketing furada do que homenagem. E no coração do povo, o batuque virou vaia.
A Grande Rio se cala — e a crítica cresce
Até o momento, a escola de samba de Duque de Caxias não comentou oficialmente os protestos. Mas o silêncio soa como omissão. O Carnaval carioca, símbolo de resistência e ancestralidade, não pode servir de palco para lavagem de imagem de quem está com o nome no radar de uma CPI.
Num cenário onde artistas são cancelados por muito menos, o apoio institucional a uma influenciadora envolvida em escândalos com jogos de azar soa, no mínimo, irresponsável.