O governo Lula firmou nesta terça-feira (23) um acordo climático com a Califórnia, ampliando a cooperação em energias renováveis, biocombustíveis e mercado de carbono.
A assinatura ocorreu em Nova York, durante a Assembleia-Geral da ONU e a Semana do Clima, em meio a novos discursos negacionistas do presidente norte-americano Donald Trump.
O memorando foi assinado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e pela secretária de Proteção Ambiental da Califórnia, Yana Garcia, com apoio do governador Gavin Newsom.
O texto cita a urgência da transição energética e estabelece salvaguardas para evitar que a produção de biocombustíveis provoque desmatamento ou aumente preços de alimentos.
Califórnia se consolida como contraponto a Trump
Governada por democratas, a Califórnia tem atuado como liderança global em meio ao retrocesso ambiental promovido por Trump.
O estado mantém presença ativa nas negociações climáticas, mesmo sem representação oficial na ONU, e enviou delegação às preparatórias da COP30, que será sediada pelo Brasil.
Trump, por outro lado, anunciou que os EUA sairão do Acordo de Paris no próximo ano, cortou incentivos à energia limpa e intensificou o apoio a combustíveis fósseis.
Em seu discurso na ONU, classificou as mudanças climáticas como “um golpe” e a transição energética como “um esquema”.
Detalhes do acordo
O memorando prevê nove áreas de cooperação, incluindo:
- desenvolvimento do mercado de carbono;
- incentivo ao hidrogênio renovável;
- integração de matrizes energéticas limpas;
- soluções baseadas na natureza e infraestrutura urbana resiliente.
Segundo Marina Silva, a parceria é estratégica para alinhar o Brasil aos padrões internacionais de regulação do carbono e atrair investimentos estrangeiros. Para Newsom, a cooperação com o Brasil mostra que “desafios globais exigem cooperação global”.
Impactos da crise climática
A aproximação ocorre em meio a uma onda de incêndios florestais devastadores na Califórnia, que deixaram prejuízos bilionários e evidenciam a urgência de ações conjuntas. No Brasil, o governo aposta na cooperação internacional para acelerar sua meta de neutralidade de carbono até 2050.

