O governo brasileiro desmentiu nesta quinta-feira (13) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha participado de qualquer ligação telefônica com o empresário norte-americano Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual e morto na prisão em 2019.
A resposta do Palácio do Planalto veio após a divulgação de arquivos judiciais nos Estados Unidos que mencionavam uma suposta conversa intermediada pelo intelectual Noam Chomsky.
O Palácio do Planalto reagiu firmemente às alegações surgidas em documentos tornados públicos nos Estados Unidos, que indicavam uma ligação telefônica entre o então preso presidente Lula e o controverso empresário Jeffrey Epstein. Epstein, conhecido por sua condenação envolvendo o tráfico sexual de menores, faleceu em 2019 em circunstâncias oficiais apontadas como suicídio na prisão.
Os arquivos, contendo um email datado de 21 de setembro de 2018, mostram Epstein referenciando uma conversa telefônica com Lula, supostamente mediada pelo linguista norte-americano Noam Chomsky. Segundo o texto, Chomsky visitou o ex-presidente na Polícia Federal de Curitiba em 20 de setembro de 2018, época em que Lula cumpria prisão decorrente da Operação Lava Jato, iniciada em abril daquele ano. O e-mail de Epstein traz a frase: “Chomsky me ligou com Lula. Da prisão. Que mundo”, levantando suspeitas sobre essa conexão.
Entretanto, a Secretaria de Comunicação Social do governo afirmou categoricamente que a informação é falsa e que tal ligação nunca ocorreu. Essa declaração serve para preservar a integridade do presidente e evitar desinformação política. A explicação foi enviada ao UOL no mesmo dia da divulgação dos documentos.
Jeffrey Epstein teve sua primeira prisão em 2008, após denúncias de abuso sexual envolvendo uma adolescente de 14 anos em sua mansão na Flórida. Embora tenha obtido um acordo judicial na ocasião, persistiram investigações por novos relatos de exploração. Em 2019, voltou a ser detido sob acusações mais graves de tráfico e abuso de dezenas de menores, antes de sua morte na prisão.
Os documentos públicos também citam o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que este “sabia sobre as meninas” e que teria passado “horas” na casa de Epstein acompanhado de uma suposta vítima. Não há, contudo, informações detalhadas ou confirmadas sobre essas alegações.

Essa divulgação ocorre no contexto de processos judiciais ainda em curso nos EUA, envolvendo investigação contra Epstein e suas redes ilícitas, reforçando a importância do rigor na apuração dos fatos para evitar manipulação ou uso político indevido. Contudo, não foram apresentados dados complementares sobre o teor das conversas ou destinatários originais do e-mail.
A clara negativa oficial do governo brasileiro busca neutralizar a repercussão negativa que a menção à imagem do presidente Lula poderia provocar, especialmente diante de um tema sensível como o tráfico sexual e casos envolvendo figuras públicas internacionais com histórico controverso.
Governo mantém postura de transparência e combate à desinformação
Essa situação evidencia o desafio de lidar com vazamentos que podem impactar a reputação de autoridades sem comprovação, exigindo respostas rápidas e consistentes para garantir a credibilidade da informação e a confiança pública.
Implicações políticas e sociais da ligação alegada
Esta polêmica traz reflexões sobre o uso de informações judiciais em estratégias de desgaste político. É fundamental manter análise crítica e fundamentada para que fatos verificados prevaleçam, protegendo o debate democrático do sensacionalismo.

