O ministro André Mendonça recusou o pedido da Polícia Federal para que José Carlos Oliveira, também conhecido como Ahmed Mohamad Oliveira, cumprisse prisão domiciliar. A decisão, divulgada nesta semana, determina apenas o uso de tornozeleira eletrônica, medida considerada suficiente para acompanhar a investigação sobre supostos desvios no INSS e recebimento de propina da Conafer.
O ministro André Mendonça justificou que não existem indícios de que José Carlos Oliveira possa interferir nas investigações, tornando a prisão domiciliar desnecessária. Segundo o despacho oficial, a monitoração eletrônica atende plenamente à necessidade de vigilância no caso, garantindo que a justiça acompanhe os passos do investigado sem restrições excessivas à liberdade.
José Carlos Oliveira é alvo de investigação por suposta participação em um esquema de descontos indevidos de benefícios do INSS, bem como por suposto recebimento de propina envolvendo a Conafer. A Polícia Federal apontou indícios de irregularidades que estão sendo minuciosamente analisadas, mas até o momento a defesa do ex-ministro não apresentou manifestação pública sobre a decisão de Mendonça.
A decisão do ministro levanta debates sobre a aplicação de medidas cautelares no Brasil, especialmente em casos que envolvem ex-ministros e figuras de destaque político. A utilização de tornozeleira eletrônica é vista por especialistas como um instrumento equilibrado entre segurança pública e preservação de direitos individuais. Entretanto, críticos argumentam que medidas mais rigorosas poderiam reforçar a percepção de rigor no combate à corrupção.
Além disso, o caso ilustra fragilidades sistêmicas no controle de benefícios previdenciários e na fiscalização de órgãos como o INSS, destacando a importância de mecanismos de transparência e auditoria constantes. O episódio também reforça o escrutínio da sociedade e da imprensa sobre políticas públicas de combate à corrupção, especialmente em entidades que administram recursos sociais.

