Rio de Janeiro, 16 de julho de 2025 — Aos 80 anos, Ivan Lins volta aos palcos com a força da música e a resistência de quem nunca se rendeu ao óbvio.
A nova turnê estreia no Vivo Rio e revisita cinco décadas de uma obra que moldou gerações.
Texto Completo
A música como território político
O Brasil que Ivan Lins canta nunca foi neutro. É o país que ama, sofre e resiste com voz própria. Nascido em 1945, forjado na ebulição cultural da ditadura e consagrado por canções que cruzaram fronteiras, Ivan celebra seus 80 anos como se cada acorde fosse um ato de insurgência. “Madalena”, “Dinorah, Dinorah”, “Vitoriosa” e “Lembra de Mim” seguem ecoando em multidões. Mas é com inéditas como “Meninos de Gaza”, parceria com Simone Guimarães, que ele mostra que envelhecer pode ser um gesto de ousadia.
Palco, heranças e afeto
No show de estreia no Vivo Rio, a presença de Cláudio Lins, filho mais velho e diretor artístico da turnê, reforça o que está em jogo: uma linhagem musical e política. O dueto entre pai e filho em “Aos Nossos Filhos”, eternizada na voz de Elis Regina, sintetiza a travessia de gerações unidas pelo afeto e pelo compromisso com o Brasil real. Cláudio não apenas dirige, mas reinterpreta o legado do pai como quem sabe que cultura também é território de disputa.
Vozes que se cruzam
Fafá de Belém não esconde a emoção de dividir o palco com o amigo de décadas. Em 1982, ela gravou “Bilhete” — e desde então, a admiração virou parceria. “Ivan é uma referência nacional. Com seu piano, suas harmonias, ele fez da canção brasileira um campo de invenção”, afirma. Leila Pinheiro, por sua vez, remonta ao início da carreira quando Ivan já era presença fundamental. “Estar com ele neste momento é reafirmar uma amizade que nunca se desfez”, diz, celebrando uma história de palco e estrada vivida de forma visceral.
Canções com chão e céu
A turnê também reverencia os parceiros de composição que ajudaram a transformar letras em experiências coletivas. Vítor Martins, cúmplice de tantas criações, trouxe o interior paulista para o universo litorâneo de Ivan — e dessa fusão nasceram joias como “Guarde nos Olhos” e “Bandeira do Divino”. A nova “Olhos pra te ver”, gravada por Milton Nascimento e Chitãozinho & Xororó, não é exceção: une viola, densidade melódica e olhar afetivo. Uma roda de música que celebra o país real, longe das caricaturas do mercado.
Do Brasil ao Japão, o tempo de Ivan
Após a apresentação no Rio, a turnê segue para São Paulo (1º de agosto), Recife (22), Fortaleza (23) e depois cruza o Pacífico rumo ao Japão. Levar essa música a outras geografias não é exibição de sucesso — é afirmação de que o Brasil profundo ainda tem o que dizer ao mundo. Ivan Lins segue atual não por seguir tendências, mas por manter-se fiel à própria voz.
Perguntas e Respostas
Quando e onde será o show de estreia?
Dia 26 de julho, às 21h, no Vivo Rio (Av. Infante Dom Henrique, 85 – Glória).
Quais artistas participam do espetáculo?
Fafá de Belém, Leila Pinheiro e Cláudio Lins estão confirmados como convidados especiais.
Ivan Lins vai apresentar músicas inéditas?
Sim. Entre elas, “Meninos de Gaza” e “Olhos pra te ver” estão no repertório.
Haverá turnê em outras cidades?
Sim. O show passará por São Paulo, Recife, Fortaleza e Japão após o Rio de Janeiro.
Como comprar ingressos para o show no Vivo Rio?
Estão disponíveis no site www.ticket360.com.br/ingressos/31056/ingressos-para-ivan-lins-80-anos
