O Julgamento do Caso Henry Borel entra em sua fase decisiva com a confirmação de que Monique Medeiros e Jairo Souza Santos Júnior (Dr. Jairinho) irão a júri popular em 23 de março de 2026, após quatro anos de trâmites e recursos que prolongaram a dor da família do menino de 4 anos, morto em 2021 no apartamento onde vivia, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
A data consolida o momento em que, segundo o pai, Leniel Borel, seu filho “será finalmente ouvido pela Justiça”.
🔎 Pontos-chave do caso Henry Borel
- Júri popular marcado para 23 de março de 2026.
- Mãe e padrasto são acusados de homicídio duplamente qualificado.
- Laudo do IML registrou 23 lesões por ação violenta.
- Pai denuncia espera traumática e defende justiça exemplar.
- Réus estão presos desde abril de 2021.
Quatro anos de espera e a ferida aberta que mobiliza o país
O anúncio da data do júri encerra uma longa trajetória processual que manteve o caso Henry Borel vivo no debate público desde março de 2021. A morte do menino, então com apenas 4 anos, provocou indignação nacional e expôs falhas estruturais na proteção infantil. Agora, com o julgamento marcado, a responsabilização penal volta ao centro da cena.
Em uma publicação nas redes sociais, Leniel Borel, pai da criança, fez um desabafo contundente sobre a dor acumulada ao longo dos anos. Ele descreveu a marcação do júri como a reabertura de uma ferida que “nunca cicatrizou”, mas também como um sinal de esperança de que a sociedade finalmente ouvirá a verdade sobre o que ocorreu naquela madrugada.
A tragédia teve início em 8 de março de 2021, quando Henry foi levado por Monique e Jairinho a um hospital particular. O casal alegou um acidente doméstico. No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal desmontou a versão: Henry apresentava 23 lesões compatíveis com ação violenta, entre elas laceração hepática e hemorragia interna — evidências que impossibilitam qualquer tese de queda acidental.
Investigações e indícios de tortura
Julgamento de Henry expõe histórico de violência
As investigações da Polícia Civil revelaram um quadro ainda mais chocante. Os laudos e depoimentos indicam que Henry era vítima recorrente de agressões praticadas pelo padrasto, Dr. Jairinho, e que Monique Medeiros tinha ciência das violências. Essa constatação levou o Ministério Público a denunciar o casal por homicídio duplamente qualificado, reforçando a tese de tortura e submissão da criança a intenso sofrimento.
Monique e Jairinho foram presos em abril de 2021 e permanecem detidos. Ao longo dos quatro anos de trâmite, diversas tentativas de recurso foram apresentadas pelas defesas, mas todas frustradas. O júri de 2026 deve colocar fim ao ciclo de protelações que prolongaram o sofrimento do pai e da família paterna.
O que esperar do julgamento e sua repercussão social
O júri popular representa não apenas um momento jurídico, mas um marco social. Casos de violência contra crianças frequentemente enfrentam omissões institucionais; o caso Henry ganhou visibilidade nacional e acentuou o debate sobre responsabilização, confiança nas instituições e prioridade absoluta da infância.
A expectativa é de que o julgamento tenha forte acompanhamento da imprensa e da sociedade civil. O depoimento de especialistas, a análise dos laudos e a reconstrução dos fatos devem resgatar cada etapa da investigação conduzida desde 2021. Para familiares e movimentos de proteção à infância, a decisão dos jurados pode se tornar um marco contra a impunidade em crimes envolvendo menores.
Com a data estabelecida, o processo entra em fase conclusiva. A Justiça, após anos de espera, prepara-se para dar a palavra final sobre um dos casos mais marcantes de violência infantil no país.

