O que teme a direita?

Lindbergh Farias classifica relatório de Derrite como “nova PEC da Blindagem”

Líder do PT afirma que parecer limita atuação da Polícia Federal e favorece blindagem de políticos e facções criminosas.

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Lindbergh alerta para risco do relatório Derrite limitar atuação da PF e proteger políticos e facções. Entenda.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), comparou o relatório do deputado Guilherme Derrite sobre o Projeto Antifacção a uma “nova PEC da Blindagem”, criticando barreiras criadas para atuação da Polícia Federal e riscos de controle político.

Lindbergh Farias avaliou que o parecer apresentado por Guilherme Derrite representa um retrocesso para o combate ao crime organizado no Brasil. Segundo o deputado, o relatório condiciona a atuação da Polícia Federal à solicitação prévia dos governadores, o que enfraqueceria investigações independentes essenciais para enfrentar organizações criminosas.

Ele afirmou que “os mesmos setores da política que defenderam a PEC da Blindagem” estão “enxertando” esse tipo de articulação dentro do tema da segurança pública, configurando uma tentativa de proteção para parlamentares e agentes políticos envolvidos em investigações. Ledger destacou que a PEC da Blindagem, que restringia a abertura de investigações contra parlamentares, foi derrotada no Senado, mas segundo ele, a nova proposta assume postura similar disfarçada.

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O parlamentar citou exemplos recentes como a Operação Carbono Oculto, que investigou esquemas de lavagem de dinheiro ligados ao PCC, e alertou que se a Polícia Federal dependesse da autorização dos governadores, como sugerido por Derrite, tais operações não ocorreriam. Em particular, mencionou a dificuldade de atuação no Rio de Janeiro, onde o governador Cláudio Castro teria interferido para impedir investigações contra aliados políticos.

Lindbergh também destacou risco constitucional, ressaltando que a Polícia Federal deve atuar sem limitações políticas, preservando a autonomia necessária para investigar e combater crimes com independência. Ele criticou a criação de “controle político perigoso” que abriria brechas para manipulações em investigações sensíveis envolvendo grandes empresas e figuras influentes.

O relatório de Derrite também promove alterações legislativas que equiparam práticas típicas de facções (domínio territorial, ataques a forças e sabotagem de serviços) a atos de terrorismo, com penas que variam de 20 a 40 anos, o que deveria constar na Lei das Organizações Criminosas, não na Lei Antiterrorismo, gerando críticas por possíveis confusões jurídicas.

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No plano político, a indicação de Derrite como relator pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, gerou desconforto no Ministério da Justiça e no governo federal, pela percepção de que limitações à Polícia Federal enfraquecem o enfrentamento ao crime.

Para Lindbergh, é fundamental que mudanças na lei fortaleçam os órgãos responsáveis, como PF, Ministérios Públicos e forças estaduais, e não imponham condicionantes que facilitem a proteção a políticos e redes criminosas, evitando retrocessos em investigações cruciais para a segurança nacional.

Pontos principais destacados por Lindbergh Farias

  • Relatório de Derrite é “nova PEC da Blindagem”, limitando atuação da PF.
  • Exige autorização de governadores para operações da Polícia Federal.
  • Favorabiliza proteção política e interferência em investigações.
  • Crítica ao controle político perigoso e insegurança jurídica.
  • Caso exemplar da Operação Carbono Oculto e dificuldades no Rio.
  • Alterações legislativas misturam lei antiterrorismo e organização criminosa.

Essa análise ressalta a tensão política em torno das propostas legislativas que querem redefinir o combate ao crime organizado no Brasil, com reflexos diretos na autonomia das instituições.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.