Representatividade

Lula deve escolher mulher para chefiar AGU

Movimento busca mitigar desgaste político após indicação de Jorge Messias ao Supremo; Analize Almeida e Isadora Cartaxo despontam como favoritas no Planalto.

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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A Procuradoria-Geral Federal, Adriana Maia Venturini durante painel a AGU e as Políticas Públicas. Na comemoração dos 30 anos da Advocacia-Geral da União (AGU). Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula uma recomposição tática imediata na Esplanada dos Ministérios.

A confirmação de Jorge Messias para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (20), precipitou a corrida pela liderança da Advocacia-Geral da União (AGU).

O Planalto sinaliza a nomeação de uma mulher para o posto, uma manobra calculada para conter as críticas da base aliada sobre a escassez de lideranças femininas nos círculos de poder.

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A substituição de um quadro central como Messias impõe ao governo a necessidade de um gesto político simbólico e prático. A ausência de mulheres nas recentes indicações para a Corte Constitucional gerou um passivo de imagem que o Executivo busca sanear agora.

O Perfil das Sucessoras

A disputa nos bastidores concentra-se em nomes que aliam rigor técnico e trânsito político. Apresentamos o perfil das juristas cotadas para assumir a defesa judicial da União:

CandidataCargo AtualAtributo Estratégico
Analize AlmeidaProcuradora-Geral da FazendaDomínio da agenda econômica e fiscal.
Isadora CartaxoSecretária-Geral de ContenciosoAtuação combativa nos tribunais superiores.
Adriana VenturiniProcuradora-Geral FederalGestão capilarizada de autarquias e fundações.

A movimentação de Lula transcende a mera substituição burocrática. Trata-se de uma recalibragem da identidade do governo frente aos movimentos sociais. A pressão aumentou significativamente após a aposentadoria da Ministra Rosa Weber, que deixou a Ministra Cármen Lúcia isolada como única voz feminina no Supremo.

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A Geopolítica de Gênero na Esplanada

Caso a indicação de uma mulher para o comando da AGU se concretize, o governo alcançará a marca de 11 ministras entre as 39 pastas. O número serve como blindagem retórica contra a oposição e “fogo amigo”. A presença feminina na chefia da maior banca de advocacia do país reforçaria o compromisso com a paridade, transformando a AGU em um símbolo de progressismo institucional.

Entretanto, a decisão enfrenta resistências internas que defendem a continuidade operacional. O nome de Flávio Roman, atual número dois da pasta, circula com força entre a ala pragmática que prioriza a manutenção da estrutura deixada por Messias. Roman garantiria uma transição técnica fluida, mas sua escolha poderia ser interpretada como insensibilidade política diante da demanda por representatividade.

O Futuro da Advocacia Pública

A definição do novo nome deve ocorrer nos próximos dias, evitando que o vácuo de poder gere especulações nocivas. A Advocacia-Geral da União é o escudo jurídico das políticas públicas federais e exige uma liderança alinhada à visão de Estado do Executivo.

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Ao considerar uma mulher para o cargo, Lula demonstra compreender que a legitimidade do terceiro mandato depende também da forma como o poder é distribuído. A escolha final indicará se o governo priorizará a segurança da continuidade ou a ousadia necessária para cumprir suas promessas históricas de inclusão.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.